Suplemento de chá verde causa problemas nos rins e no fígado de americano
Consumo da substância costuma ser seguro, mas há limite diário
Lucas Agrela
Publicado em 27 de outubro de 2018 às 05h55.
Última atualização em 27 de outubro de 2018 às 05h55.
São Paulo – O chá verde tem benefícios apontados por estudos científicos, ainda que as evidências sejam limitadas, mas o consumo em excesso de suplementos feitos com base nele pode fazer mal à saúde. Nesta semana, um caso ganhou espaço da mídia internacional de um homem que teve problemas no fígado e nos rins em razão da substância.
O governo do Canadá encontrou, em 2017, relação entre o consumo do suplemento e o risco de prejudicar o fígado. O caso de Jim McCants, nos Estados Unidos, não é o único. Mais de 80 casos de danos agudos ao fígado foram já foram registrados.
De acordo com o professor Herbert Bonkovsky, que estuda como o chá verde afeta o fígado, as pessoas tomam esses suplementos como substitutos para a comida, com o objetivo de emagrecer, o que–segundo estudos com animais–faz com que o organismo absorva mais do que o normal a catequina, presente nos chás preto e verde. Bonkovsky não descarta o negativo efeito combinado com drogas e álcool.
A catequina é responsável pela ação antioxidante da bebida, que ajuda a prevenir o envelhecimento precoce causado pelos radicais livres, moléculas que podem causar morte celular e doenças de envelhecimento.
Uma investigação da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar concluiu que o consumo do suplemento de chá verde costuma ser seguro para a saúde, mas limita o consumo a menos de 800 mg por dia.
No Brasil, também são vendidas cápsulas de chá verde. No rótulo, o Ministério da Saúde adverte que não há evidências de que a substância previna, trate ou cure doenças.
Benefícios
Um estudo da USP, realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), indica que o consumo do chá verde auxilia no ganho de força muscular e de massa magra, na perda de massa gorda e na redução do triglicérides.