“Pior dor do mundo”: como é o tratamento para aliviar os sintomas da neuralgia do trigêmeo
Carolina faz uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e se submeter ao suicídio assistido na Suíça
Repórter colaborador
Publicado em 10 de julho de 2024 às 07h51.
Veio a público nas últimas horas a história daestudante mineira Carolina Arruda,que tem neuralgia do trigêmeo, tida como a "pior dor do mundo". No momento, ela passa por examese já recebe doses de medicamentos na Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas. Ela está internada desde segunda-feira (8) para o tratamento, que ainda é por tempo indeterminado. Carolina deve ser internada na UTI nesta quarta para receber a medicação adequada.
Essa etapa inicial pode durar aproximadamente 10 dias, tempo muito importante para entender a evolução da doença.
Pelos próximos meses, ela terá umprocesso gradual de tratamento numa clínica especializada em dores crônicas – aquelas que persistem por mais de três meses sem solução.
Como é o tratamento para a "pior dor do mundo'?
Segundo Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas e presidente da Sociedade Brasileira para os Estudos da Dor (SBED), existem algumas possibilidades:
- Nova intervenção no nervo trigêmeo – seja por balão guiado, que incha e comprime o nervo ou por radiofrequência, que tenta “adormecê-lo”, por exemplo;
- Implante de bomba intratecal de fármacos – dispositivo que leva a medicação até a medula óssea, chegando direto ao sistema nervoso central;
- Tratamento por radiocirurgia (Gamma Knife) – atinge áreas cerebrais específicas para tentar aliviar a dor;
- Implante de neuroestimuladores no nervo trigêmeo – dispositivos que estimulam o nervo e impedem a passagem de dor.
História de Carolina
Casada há três anos e mãe de uma menina de 10, ela começou a sentir as dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperava de dengue.
Odiagnóstico da 'pior dor do mundo' foi feito há 7 anos pelo neurocirurgiãoMarcelo Senna, que tem mais de 30 anos de experiência com aneuralgia do trigêmeo. Carolina já convivia com as dores há quatro anos e já tinha passado por vários médicos.
Após o diagnóstico, Carolina Arruda realizou vários tratamentos com outros médicos e cirurgias, mas não conseguiu alívio que lhe trouxesse qualidade de vida.
Cansada pela dor e o desgaste, Carolina agora faz uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e se submeter ao suicídio assistido na Suíça.