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Pesquisadores brasileiros criam instituto para combater pseudociência

O Instituto Questão de Ciência tem a missão de fornecer informações para que políticas públicas sejam baseadas em evidências científicas

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Instituto quer que políticas públicas sejam baseadas em evidências científicas (Reprodução/Facebook)

Instituto quer que políticas públicas sejam baseadas em evidências científicas (Reprodução/Facebook)

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Letícia Naísa

Publicado em 22 de novembro de 2018 às, 19h16.

Última atualização em 22 de novembro de 2018 às, 19h29.

São Paulo — Será lançado nesta quinta-feira (22) o Instituto Questão de Ciência (IQC), uma associação sem fins lucrativos que tem a missão de fornecer informações para que políticas públicas possam ser embasadas em evidências científicas.

Para o dia do lançamento, o assunto a ser debatido será o uso de terapias alternativas pelo SUS. Desde 2006 o sistema oferece procedimentos como fitoterapia, acupuntura, homeopatia, meditação, yoga e reiki.

Ao todo, são 29 práticas que fazem parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). O Brasil é o país que tem mais opções de terapias alternativas no mundo, segundo o Ministério da Saúde.

Para falar sobre o tema, o IQC convidou o médico ex-homeopata britânico Edzard Ernst, professor emérito da Universidade de Exeter. Ernst foi um dos especialistas que ajudou a retirar a homeopatia do sistema de saúde pública da Inglaterra. A conversa com o especialista acontecerá em São Paulo.

“Esse é um problema de políticas públicas e nós queremos enfatizar que elas devem ser baseadas em evidências científicas. Existem no SUS práticas que não são baseadas na ciência, por isso queremos trazer esse assunto para o debate público”, diz a bióloga e doutora em microbiologia e genética molecular Natalia Pasternak, uma das diretoras do ICQ.

Para Pasternak, individualmente, cada pessoa tem o direito de escolher o tipo de tratamento que prefere, mas quando se fala do sistema público, é preciso que as decisões sejam racionais.

“Nós temos recursos limitados para a saúde e para o SUS e eles precisam ser usados de forma racional e embasados em evidência. Existe uma diferença grande entre o que é saúde coletiva e as escolhas individuais que cada um faz”, afirma. “Quando se fala de um sistema coletivo de saúde financiado com dinheiro público, é nossa obrigação garantir que ele seja baseado em evidências científicas para que os recursos possam ser melhor destinados.”

A bióloga afirma que não é um problema de gestão do sistema público de saúde, mas um mau uso dos recursos.

O Instituto tem apoio de nomes de peso, como o médico Drauzio Varella, de pesquisadores da USP, Unesp e Unicamp de diversas áreas, e profissionais do Hospital Albert Einstein. O investimento para manter o ICQ será feito por meio de doações apenas de pessoas físicas.

“O instituto precisa ser absolutamente isento para manter sua credibilidade, por isso só aceitaremos doações de pessoas físicas”, explica Pasternak.

À frente da iniciativa, além da bióloga, estão Marcelo Yamashita, diretor do Instituto de Física Teórica da Unesp, Carlos Orsi, jornalista e divulgador científico, e o advogado Paulo Almeida. Os quatro formam a primeira diretoria do instituto.

Os cientistas pretendem produzir uma revista e um site com conteúdos sobre políticas públicas, além de um serviço de checagem de argumentos científicos usados em documentos e discursos de pessoas públicas.

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