Pesquisadores americanos criam anticorpos contra Zika vírus
Anticorpos podem ajudar a diagnosticar doença causada por Zika e criar novas possibilidades de tratamento
(Alvin Baez/Reuters)
3 de dezembro de 2018, 18h18
São Paulo — Cientistas americanos criaram seis anticorpos contra o Zika que podem ser usados em testes para tratamento da doença causada pelo vírus. Mais de 1,5 milhão de pessoas no mundo já foram infectadas pelo vírus.
O vírus Zika apareceu no Brasil em 2015. É transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a chikungunya. O Zika está relacionado a diversos casos de microcefalia e má formação de bebês cujas mães foram infectadas.
De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2018 já foram registrados 7.544 casos prováveis da doença causada pelo zika. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas, mas outras apresentam febre alta, erupções na pele, dores nas articulações e olhos vermelhos.
“A epidemia recente de Zika é uma crise de saúde global”, escreve Ravi Durvasula, um dos autores do estudo publicado na revista científica Plos One. “A disseminação rápida da doença nas regiões epidêmicas, junto com a migração de pessoas infectadas, mostrou a necessidade de ferramentas rápidas e eficientes para diagnóstico e tratamento.”
Os anticorpos podem ser a chave para o diagnóstico e tratamento da doença causada pelo vírus. Um anticorpo é uma proteína feita pelo sistema imunológico.
Utilizando uma técnica chamada exibição de ribossomo, os pesquisadores da Universidade de Loyola, em Chicago, nos Estados Unidos, criaram seis anticorpos sintéticos que podem atacar o vírus zika.
Os anticorpos podem ser usados em filtros de papel para detectar o vírus. Quando os dois entram em contato, o papel muda de cor e acusa a presença do vírus.
Por causa da mutação rápida do vírus, os pesquisadores afirmam que é útil ter mais de um tipo de anticorpo. Caso o vírus evolua, pelo menos um dos seis anticorpos conseguiria identificá-lo em diagnóstico e ser útil em tratamento.
Segundo os pesquisadores, um teste que utiliza os anticorpos seria barato e rápido. Um estudo desenvolvido por brasileiros apontou que o custo seria de 10 a 12 reais por paciente.
Outra utilidade dos anticorpos é monitorar a população do mosquito que transmite o vírus, o Aedes aegypti e ajudar autoridades a pensar em estratégias de combate.
Os anticorpos são "neutralizantes", o que significa que, quando se ligam ao vírus Zika, impedem que o ele infecte as células, o que torna o vírus inofensivo. A característica de neutralização dos anticorpos poderia ajudar no desenvolvimento de medicamentos para mulheres grávidas.
Novas pesquisas ainda são necessárias para validar o potencial dos anticorpos desenvolvido pelos cientistas americanos.
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