Marte pode ganhar anéis como os de Saturno em 20 milhões de anos
Novos dados da sonda MAVEN, da Nasa, indicam que o planeta vermelho pode estar desmanchando suas luas para transformá-las em elegantes bambolês de poeira
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2017 às 10h58.
Última atualização em 2 de março de 2017 às 17h07.
Você com certeza tem aquele amigo que demora meio século na frente do guarda roupa escolhendo a roupa perfeita até para ir à padaria ou ao mercado no domingo de manhã.
E agora chegou o consolo de todos os que estão lendo essa notícia na sala enquanto esperam a combinação de roupas ideal ser encontrada por alguém no quarto ao lado: Marte está pensando se vai ou não ter anéis como os de Saturno.
E se tudo der certo e ele realmente ganhar os opulentos bambolês de gás e poeira, o processo levará algo entre 20 e 70 milhões de anos. Haja paciência.
Já faz algum tempo que os astrônomos consideram essa possibilidade: o material de que as duas luas do nosso vizinho vermelho são formadas é instável e pode se fragmentar conforme elas se aproximam do planeta por causa de sua atração gravitacional.
Agora, dados da sonda MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution), que está na órbita de Marte coletando informações sobre sua atmosfera, confirmam que cerca de 0,6% das partículas que envolvem o astro cor de ferrugem vêm de seus satélites Deimos e Fobos — o resto é poeira interplanetária comum, do tipo que surge após colisões de asteróides e flutua por todo o Sistema Solar desde sua formação.
Se o processo continuar nesse ritmo, o rastro de detritos lentamente formará as “joias” em escala astronômica.
Os pesquisadores responsáveis pela análise dos dados da MAVEN, Jayesh Pabari e P. J. Bhalodi, são do Laboratório de Pesquisas Física, na Índia. No artigo, eles enfatizam que a presença de pedaços das duas luas soltos ao redor de Marte não significa necessariamente que o planeta vai transformá-las em pó para ficar mais parecido com Saturno: só aumenta a possibilidade de que seja esse o caso.
Este conteúdo foi originalmente publicado na Superinteressante.