Ciência

Hospitais do estado de São Paulo poderão atender à distância

A telemedicina foi liberada pelo Conselho Federal de Medicina e ajuda a conectar pacientes a médicos especialistas

Telemedicina: pauta foi aprovada pelo conselho devido à pandemia de coronavírus (Visoot Uthairam/Getty Images)

Telemedicina: pauta foi aprovada pelo conselho devido à pandemia de coronavírus (Visoot Uthairam/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 31 de março de 2020 às 13h11.

Última atualização em 31 de março de 2020 às 13h58.

O governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou nesta terça-feira (31), em entrevista coletiva, que 100 hospitais públicos do Estado irão oferecer 100 mil consultas à distância, via internet. Em razão da pandemia do novo coronavírus que afeta o Brasil, o Conselho Federal de Medicina liberou, em caráter de excepcionalidade, o atendimento à distância para teleorientação e telemonitoramento de pacientes. Com isso, as pessoas podem deixar de ir até hospitais para ter orientação médica, evitando a exposição ao vírus causador da covid-19.

Carlos Carvalho, que integra o centro de contingência da covid-19 e um dos pneumologistas mais reconhecidos do país que trabalha no Incor, vai liderar essa iniciativa do governo estadual. Além do Incor, a equipe de pneumologia do Hospital das Clínicas também participará do projeto, que faz parte das medidas de combate ao novo coronavírus.

O protocolo de atendimento foi desenvolvido pelas equipes do Incor, com apoio do governo federal, por meio da organização Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, e do núcleo de projetos de inovação InovaIncor.

“Isso vai permitir a discussão de casos em tempo real com médicos de outros hospitais da rede: a agilidade na defesa da vida pode muitas vezes significar a diferença entre viver e não viver”, afirmou Doria. A teleinterconsulta, entre médicos especialistas e médicos assistentes junto a pacientes, também é permitida pelo Conselho Federal de Medicina.

O governador afirmou ainda que as equipes médicas estarão disponíveis via conexão por videoconferência e podem, circunstancialmente, atender médicos de hospitais da rede privada, se for necessário. Os especialistas irão analisar casos complexos de covid-19, discutindo e sugerindo alternativas de tratamento mais eficientes.

De acordo com o governo do estado de SP, cada posto do setor de teleconsultoria poderá discutir até 80 casos clínicos de pacientes graves por dia e até dez postos poderão ser ativados, se for necessário.

A aprovação da pauta de telemedicina ainda não é definitiva. A medida só vale enquanto durarem os esforços de saúde pública para combater o novo coronavírus.

Antes do anúncio da telemdicina em hospitais públicos do estado de São Paulo, o Conjunto Hospitalar do Mandaqui recebeu um teste-piloto com telemedicina na UTI, desde a última quinta-feira (26), para a troca de informações entre médicos para o tratamento de pacientes com covid-19.

Robô telemedicina, hc, incor

Robô: atendimento via vídeo evitará contágio de médicos e profissionais de saúde pelo novo coronavírus (Comunicação governo de São Paulo/Divulgação)

Por fim, o governo do estado informou ainda que o Hospital das Clínicas terá três unidades de um robozinho de atendimento, formado por um tablet e um suporte, para evitar o contágio de médicos e profissionais de saúde no contato com pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Um deles será usado para a triagem de pacientes; o segundo para o pronto-socorro; e o terceiro para que pacientes contagiados possam ver familiares e fazer atendimento psicológico.

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