Feto passa por cirurgia pioneira no útero da mãe
Bethan Simpson optou por fazer a cirurgia de correção de espinha bífida da filha ainda no útero; operação não é garantia de cura
Tamires Vitorio
Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 16h45.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 17h34.
São Paulo - Bethan Simpson, de 26 anos, estava grávida de 20 semanas quando recebeu a notícia de que a bebê Eloise tinha espinha bífida, condição na qual a coluna da criança não é totalmente fechada e deixa os nervos expostos.
Foi então que recebeu três opções dos médicos: interromper a gravidez, continuar com ela e tratar a menina apenas depois do nascimento ou arriscar uma cirurgia. Ela e o marido optaram pela última alternativa.
Em dezembro, Simpson passou por uma bateria de exames no University College Hospital, em Londres, e teve a cirurgia aprovada pelos médicos da instituição — e, então, quatro semanas depois, a operação aconteceu.
Um dos passos da cirurgia foi abrir o útero da mãe para colocar Eloise em uma posição adequada para que conseguissem reposicionar sua medula espinhal e, assim, fechar um espaço na parte inferior da coluna da criança.
Ela é considerada a quarta paciente a recorrer a essa cirurgia no Reino Unido. A operação é considerada mais comum na Bélgica.
A cirurgia não é uma garantia de cura. "Não é uma cura. Mas há evidências suficientes de que as perspectivas são muito melhores se a cirurgia é feita precocemente", disse o neurocirurgião Dominic Thompson em entrevista à BBC.
Segundo a reportagem, por ano, 200 crianças são diagnosticadas com o mesmo problema de Eloise no Reino Unido e estima-se que 80% das mulheres optam por interromper a gravidez quando o diagnóstico é de espinha bífida.
O nascimento da menina está previsto para abril.