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Estudo mostra principais habilidades de bons programadores

Os pesquisadores que conduziram o estudo pedem uma mudança de paradigma na educação na área de TI

Programação: estudo mostra que habilidade com línguas é importante para aprender a programar (nyuhuhuu / Flickr/Reprodução)

Lucas Agrela

Publicado em 3 de março de 2020 às 05h55.

Última atualização em 3 de março de 2020 às 11h11.

São Paulo – Quem estuda ou apenas admira a distância a profissão dos programadores de software pode pensar que a habilidade com matemática é o mais importante para bons profissionais desse mercado. No entanto, um novo estudo publicado na revista científica Scientific Reports, da Nature, mostra que uma das habilidades mais importantes é a de aprender novas línguas.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Washington com uma amostra pequena de pessoas, eram apenas três dúzias de adultos que sabiam programar na linguagem Python, usada para análise de dados.

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A conclusão foi que as pessoas que aprenderam mais rapidamente e de forma mais consistente tinham forte habilidade para aprender novas linguagens. Fora isso, também as pessoas possuíam boa memória de trabalho (usada para realização de tarefas do dia a dia), assim como boa capacidade de raciocínio. Apesar de importante, a habilidade para matemática teve relação fraca com bons programadores nesse estudo.

Os participantes do estudo passaram por uma dúzia de testes que avaliaram itens como habilidade com números e capacidade de foco para resolução de problemas.

Chantel Prat, professor associado de psicologia na Universidade de Washington, responsável pela pesquisa, acredita na ausência de estudos sobre o que torna um programador realmente bom. "Há uma grave falta de informações sobre o que faz um programador ser bom. Esse é o um campo do mercado de trabalho que anda devagar rumo à igualdade de gênero", diz, em nota, Prat.

Os pesquisadores contestam a exclusão de pessoas com habilidade para aprender novos idiomas, como francês ou chinês, uma vez que muitos cursos de programação dos Estados Unidos são oferecidos com pré-requisitos de matemática ou até engenharia.

Até o ano de 2024, a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) estima que o déficit de profissionais de tecnologia da informação atingirá 264 mil posições de trabalho, o que pode prejudicar o avanço da economia brasileira.

De acordo com a reportagem da capa da Exame,Temporada de caça aos devs , a consultoria Accenture estima que a economia digital no país responde por 24,3% do PIB do Brasil — o que equivaleria a 446 bilhões de dólares. Sem uma melhoria na formação de programadores, o país pode permanecer apenas como um importador de tecnologia.

O novo estudo sobre as habilidades importantes para um desenvolvedores mostra que há um caminho possível de ser trilhado, mesmo em um país com reduzido número de graduandos em ciências exatas.

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