Ciência

Estes dois fatores psicológicos podem reduzir a eficácia das vacinas contra covid-19

Nem tudo está perdido: cientistas também apontam formas de driblar problemas no sistema imunológico causados por doenças psicológicas

Vacina: fatores psicológicos podem atrapalhar eficácia (Amanda Perobelli/Reuters)

Vacina: fatores psicológicos podem atrapalhar eficácia (Amanda Perobelli/Reuters)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 08h29.

Dois fatores psicológicos muito comuns na humanidade podem acabar impactando negativamente a eficácia das vacinas contra o novo coronavírus por serem responsáveis pelo enfraquecimento do sistema imunológico do corpo humano: o estresse e a depressão. Ao menos é o que aponta uma nova pesquisa publicada na revista científica Perspectives on Psychological Science.

Tanto o estresse quanto a depressão já são dois itens conhecidos na redução da imunidade humana, reduzindo a eficácia de outros imunizantes, principalmente na população mais velha. Os desafios, segundo os cientistas, foi intensificado por conta da pandemia, que forçou as pessoas ao isolamento e ao distanciamento social – que impactaram diretamente a saúde mental de alguns indivíduos.

O mundo está mais complexo, mas dá para começar com o básico. Veja como, no Manual do Investidor

"Em adição aos problemas físicos causados pela covid-19, a pandemia também causa problemas na saúde mental, causando ansiedade e depressão, bem como outros problemas. Estressores emocionais como esses podem afetar o sistema imunológico das pessoas, prejudicando a habilidade de o corpo se livrar de infecções", afirmou Annelise Madison, uma das autoras da pesquisa.

Segundo ela, o estudo traz luz à eficácia da vacina e ajuda a entender "como os comportamentos de saúde e estressores emocionais podem alterar a habilidade do corpo humano de desenvolver uma resposta imune". "O maior problema é que a pandemia pode estar amplificando esses fatores de risco", disse.

As vacinas funcionam ao desafiar o sistema imunológico dos seres humanos e, após horas de uma vacinação, uma resposta imune é criada ao mesmo tempo em que o corpo começa a reconhecer uma ameaça biológica em potencial – todo esse processo leva a produção de anticorpos que lutam contra patógenos específicos. De acordo com a ciência, é a continuidade da produção desses anticorpos que determinam o quão eficaz uma vacina é a longo prazo.

Os imunizantes são uma das formas mais eficazes e seguras para proteger a sociedade de doenças – e não é de hoje que fatores como depressão, estresse e solidão estão diretamente ligados a uma piora no sistema imunológico das pessoas.

Mas existe um lado bom. Segundo os pesquisadores, as vacinas em circulação têm uma eficácia aproximada de 95% – e, mesmo que os fatores psicológicos desempenhem um papel negativo, é possível fazer algumas coisas para amplificar os efeitos da vacina. Exercícios físicos e uma boa noite de sono antes da vacinação pode ajudar a gerar uma resposta imune ainda mais forte. Nem tudo está perdido.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDepressãoDoençasEstresseMortesPandemiaPesquisas científicasPsicologia

Mais de Ciência

Monte Everest cresce devido à erosão de rios, dizem pesquisadores

No Rio, Paes promete Ozempic nas clínicas da família em campanha de reeleição

FDA aprova novo tratamento para esquizofrenia após décadas de estagnação

Missão espacial chinesa planeja construir rede sem fio e geração de energia na Lua