Prédio verde Bosco Verticale, em Milão. (Federico Rostagno/Thinkstock)
Vanessa Barbosa
Publicado em 10 de fevereiro de 2018 às 07h37.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2018 às 07h37.
São Paulo - Uma das vantagens mais conhecidas dos edifícios verdes, erguidos segundo padrões de sustentabilidade, é a economia de energia, que pode atingir até 30% em comparação com construções convencionais. Atentos a isso, pesquisadores da Universidade de Harvard resolveram calcular os ganhos para a saúde e para o meio ambiente associados ao consumo mais eficiente de energia, e o resultado é surpreendente.
O estudo HEALTHfx examinou edifícios com certificação verde ao longo de um período de 16 anos nos Estados Unidos, China, Índia, Brasil, Alemanha e Turquia e constatou que as construções mais sustentáveis geraram US$6 bilhões em benefícios combinados para a saúde e clima, graças à redução de emissões de gases poluentes.
Menos poluição é sinônimo de menos internações e menor impacto climático. Globalmente, os prédios verdes evitaram emissões de 33 mil toneladas de CO2, equivalentes à retirada das estradas de 7,1 milhões de carros de passageiros por um ano.
O estudo estimou uma economia de US$ 7,5 bilhões em consumo de energia dos edifícios com certificação verde estudados. Considerando que só foram avaliados edifícios com uma única certificação (a Leed - Leadership in Energy and Environmental Design) que representa cerca de um terço do estoque de construção verde global, os benefícios totais em todo o mundo seriam ainda maiores.
Na ponta do lápis, os pesquisadores de Harvard descobriram que, em média, por cada dólar economizado em custos de energia por edifícios verdes, outros 77 centavos foram economizados em benefícios para a saúde e clima.
Na China e na Índia, países muito dependentes de combustíveis fósseis para geração de energia, os efeitos foram ainda mais notáveis, com aproximadamente US$10 em benefícios de saúde e clima para cada dólar economizado em energia.
"A economia de energia de edifícios verdes vem com um enorme benefício para a saúde pública através de reduções associadas aos poluentes atmosféricos emitidos", afirmou em comunicado o Dr. Joseph Allen, diretor do programa de edifícios saudáveis da Harvard TH Chan School of Public Health, e líder da pesquisa. "As decisões que tomamos hoje em relação aos edifícios determinarão a nossa saúde atual e futura", completou.