Cientistas anunciam plano mirabolante para “recongelar” o Ártico
Com o Pólo Norte 20 °C mais quente do o normal, pesquisadores querem bombear água gelada do mar para salvar calotas polares
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 10h50.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2017 às 10h50.
Situações extremas pedem medidas desesperadas. E o Ártico passa por um momento crítico: está 20 ºC acima da média histórica registrada, de acordo com o relatório do Instituto Meteorológico da Dinamarca.
O aquecimento global vem preocupando, cada vez mais, os cientistas – que resolveram tomar atitudes drásticas em vez de ver o gelo desaparecer da região em um ritmo sem precedentes. Para salvar o Ártico, eles bolaram um plano ousado de “recongelar” . Sim, você leu isso mesmo.
A ideia mirabolante inclui instalar cerca de 10 milhões de bombas eólicas sobre um calota e trazer águas gelada do mar à superfície para restabelecer o gelo derretido.
A equipe, responsável pelo “projeto”, acredita que o procedimento poderia adicionar um metro extra de gelo marinho para a camada atual – o que ajudaria a protegê-la das altas temperaturas que têm afetado a região.
“O gelo mais espesso significa um gelo mais duradouro”, afirmou Steven Desch, pesquisador e físico da Universidade Estadual do Arizona, em entrevista ao The Guardian. Segundo ele, um metro a mais de gelo significaria reverter 17 anos de derretimento.
Mas, para que isso funcione, o sistema precisaria bombear 7,5 kg por segundo de água. E para construir 10 milhões de bombas, seria preciso 10 milhões de toneladas de aço. Isso tudo para cobrir apenas 10% da área de 107 km2 do Ártico. Já imaginou levar tudo isso para o Polo Norte?
É claro que isso não passa de uma teoria e, provavelmente, nem vai sair do papel. Para início de conversa, esse projeto está estimado em cerca de US$ 500 bilhões. Ou seja, todos os governos do mundo teriam que se empenhar para arcar com os custos astronômicos da instalação desse ar-condicionado gigante.
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que pesquisadores consideram seriamente usar a geoengenharia para reverter o aquecimento global.
As proposta anteriores incluíam branquear artificialmente o Ártico com aerossóis brilhantes para rebater a radiação de volta ao espaço; e criar nuvens artificiais acima da região para impedir que o calor atinja a superfície de gelo.
Para Steven, a única estratégia atual de salvamento seria o mundo parar de queimar combustíveis fósseis – embora, os esforços políticos para diminuir as emissões de CO2 tenham se revelado ineficazes até agora. “Vamos ser realistas. O projeto é grande e nunca vai acontecer da maneira como deveria, mas está na hora de considerarmos os riscos e tentar algo louco”, disse ele, que alerta para cenários catastróficos nas próximas décadas caso nenhuma medida seja tomada.
Este conteúdo foi originalmente publicado na Superinteressante.