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Brasil registra primeiro caso de infecção por superfungo considerado fatal

Candida auris foi identificado pela primeira vez ainda em 2009, no Japão. Taxa de mortalidade para pacientes infectados varia entre 30% e 60%

Candida auris: superfungo mortal teve o primeiro caso registrado no Brasil (KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 17h31.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 16h49.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta nesta segunda-feira, 7 informando a descoberta do primeiro caso de um paciente no Brasil infectado com Candida auris, um fungo considerado extremamente poderoso e gravíssimo para a saúde humana e que foi identificado pela primeira vez somente em 2009, no Japão.

A Anvisa informou que o fungo foi encontrado em uma amostra de ponta de cateter de um paciente que foi internado em uma UTI de um hospital na Bahia. A agência não revelou dados sobre o paciente, mas disse que a amostra já foi analisada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Muniz, em Salvador, e pelo Laboratório do Hospital das Clínicas, da USP, em São Paulo.

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De acordo com a Anvisa, o Candida auris ou C. auris, como é classificado, é um fungo emergente que produz cepas resistentes às principais classes de fármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas). Além disso, este fungo não é fácil de ser identificado e uma infecção pode ser confundida com outras doenças também causadas por espécies de leveduras.

A preocupação é porque infecções por C. auris possuem uma taxa de mortalidade entre 30% e 60%. Ou seja, no mínimo, quase um terço dos pacientes infectados com o fungo acaba não resistindo às doenças. A infecção causa sintomas como febre alta, tontura, fadiga, aumento da frequência cardíaca e vômitos.

Em geral, pacientes que apresentam estes sintomas, que não exatamente incomuns, podem ter a doença descoberta somente com a realização de exames mais específicos, como amostras de sangue analisadas em PCR. O fungo foi identificado pela primeira vez no ouvido de um paciente, mas ele também já foi encontrado em infecções urinárias e no sistema respiratório.

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A Anvisa relatou que, em 2016, após o alerta epidemiológico em razão de relatos de surtos de Candida auris da América Latina, iniciou a formação de uma rede de laboratórios brasileiros que pudessem dar suporte aos serviços de saúde que trabalham na identificação do superfungo. O trabalho começou no ano seguinte, em 2017. E o primeiro caso da doença foi registrado agora, em 2020.

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