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Trump apoia projeto que limita entrada de imigrantes por formação

De acordo com os autores do projeto, o novo critério permitirá reduzir para 50.000 os imigrantes autorizados a entrar no país anualmente

Trump: "Não vão poder vir para cá e imediatamente receber ajuda [social]. Isso não vai acontecer", afirmou Trump (Michael Reynolds/Pool/Getty Images)

Trump: "Não vão poder vir para cá e imediatamente receber ajuda [social]. Isso não vai acontecer", afirmou Trump (Michael Reynolds/Pool/Getty Images)

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AFP

Publicado em 2 de agosto de 2017 às 17h45.

Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 17h58.

O presidente americano, Donald Trump, deu publicamente o seu apoio nesta quarta-feira a um projeto de lei redigido por dois senadores conservadores que restringe o acesso de imigrantes que não falem inglês ou tenham pouca formação trabalhista.

De acordo com os autores do projeto de lei, o novo critério - que adota o sistema de pontos para obter uma permissão de trabalho nos Estados Unidos - permitirá reduzir de aproximadamente um milhão para 50.000 os imigrantes autorizados a entrar no país anualmente.

Durante uma cerimônia na Casa Branca, Trump assegurou que o projeto de lei, feito pelos senadores Tom Cotton e David Perdue, representa "a mais significativa reforma em nosso sistema migratório em meio século".

Para o presidente, o sistema de mérito proposto pelo projeto de lei favorecerá as pessoas que falem inglês, possam se manter financeiramente e demonstrem habilidades que contribuam com a economia americana.

Por isso, assegurou, o novo sistema "reduzirá a pobreza, aumentará os salários e economizará bilhões de dólares dos contribuintes".

Fim do sorteio de vistos

No entanto, em nota oficial, a Casa Branca afirmou que, "em média, um milhão de imigrantes são aceitos para residir legalmente a cada ano, e a maioria deles são trabalhadores com baixa ou nenhuma capacitação".

O projeto de lei também elimina o famoso sorteio de vistos de trabalho para os Estados Unidos, e limita a extensão dos benefícios aos cônjuges e filhos menores de idade dos imigrantes autorizados, excluindo filhos adultos e outros membros da família.

A proposta também estabelece mecanismos para evitar que esses novos imigrantes possam receber benefícios sociais do Estado.

"Não vão poder vir para cá e imediatamente receber ajuda [social]. Isso não vai acontecer", afirmou Trump.

O secretário de Justiça e procurador-geral, Jeff Sessions, por sua vez, declarou em nota que o projeto de lei apoiado por Trump ajudará a "acabar com o uso ilegal de nossos programas de benefícios públicos".

Nesta quarta-feira, um assessor de alto escalão da Casa Branca, Stephen Miller, insistiu que o projeto de lei agora apoiado por Trump se concentra exclusivamente na permissão de trabalho para estrangeiros, e não se propõe a atender a situação dos imigrantes em situação ilegal.

De acordo com Miller, o projeto "não cobre trabalhadores convidados ou vistos temporários".

Recuperar a agenda

A questão migratória foi um dos pilares da campanha de Trump, que propôs construir um muro na fronteira com o México e expulsar do país os milhões de estrangeiros em situação ilegal.

A ideia do muro até agora não encontrou muitos adeptos no Congresso por conta do alto custo projetado para a sua construção, e a expulsão em massa de imigrantes quase não voltou a ser mencionada desde que Trump chegou à Casa Branca.

O presidente anterior, Barack Obama, impulsionou uma ambiciosa reforma do sistema migratório, que contemplava mecanismos e prazos para a regularização de estrangeiros não autorizados no país, um contingente estimado em cerca de 12 milhões de pessoas.

Um projeto de lei chegou a ser aprovado na Câmara de Representantes, mas não conseguiu superar a oposição do Partido Republicano no Senado e acabou sendo esquecido.

Dessa forma, ao expressar publicamente o seu apoio a este projeto de lei, o presidente busca voltar a colocar a questão migratória na agenda política.

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