Carreira

Na hora de escolher a pós, muita gente comete um erro grave

Cursos de especialização podem ser essenciais à carreira, mas um equívoco nessa etapa traz frustração, segundo especialistas

Formando: estrangeiros não se sentem bem vindos nos EUA (ThinkStock/Thinkstock)

Formando: estrangeiros não se sentem bem vindos nos EUA (ThinkStock/Thinkstock)

Alexa Meirelles

Alexa Meirelles

Publicado em 4 de maio de 2017 às 15h00.

Última atualização em 4 de maio de 2017 às 17h56.

Escolher a pós-graduação não é uma tarefa tão simples quanto pode parecer. É uma decisão que, sobretudo, requer experiência, certeza e deve estar diretamente atrelada ao plano de carreira.

É por isso que muitos aspirantes a especialistas se frustram ao longo do caminho: iniciar uma especialização logo após formar-se na graduação pode ser um dos maiores erros cometidos.

Como o mercado valoriza a pós, tentar “eliminá-la” de forma mais rápida pode parecer atrativo ao recém-formado, mas nem sempre é o ideal.

Rafael Souto, presidente da Produtive, fala que ser “papa-diplomas” é um grande erro. “São aquelas pessoas que fazem a pós só pelo diploma, e não há relação entre escolha do curso e plano de carreira”.

Por isso, Rafael sugere que antes de se escolher a pós, a pessoa esteja formada na graduação há pelo menos dois anos, salvos os casos em que ela tem certeza do que vai fazer ou já atua na área.“Quando você percebe que não tem conhecimentos que precisa ter, pode antecipar a especialização”.

Natacha Bertoia, coordenadora dos cursos de educação continuada da Universidade Presbiteriana Mackenzie, concorda que a busca pela especialização também é válida para um recém-formado quando o curso universitário se dá em uma área muito ampla, como administração, por exemplo.

“A graduação, nesse caso, dá uma formação mais geral. O termo especialista significa que a pessoa irá se aprofundar naquele conhecimento. Por exemplo, gestão de pessoas: o graduado pode ter feito desde administração até psicologia. A pós trará o aprofundamento buscado por ele”.

Escolher “cursos da moda” tem se mostrado uma tendência. Cristina Fortes, consultora de carreira da Lee Hecht Harrison, faz a crítica a quem é facilmente influenciável pelo mercado e opta por cursos populares do momento.

“O profissional procura a pós visando apenas o mercado trabalho, e não o interesse pelo conhecimento. Por exemplo, hoje em dia é muito comum escolher fazer marketing digital, pois todos ao seu redor estão fazendo, mesmo que esse curso não tenha ligação com a sua área”.

Outro ponto a ser trabalhado antes de se optar pela especialização é analisar a instituição de ensino e verificar se aquela universidade é bem reconhecida na área escolhida.

Rafael diz que muitos pós-graduandos optam por determinadas instituições pelo seu nome e tradição, mas muitas vezes acabam se frustrando com o curso oferecido.

O presidente da Produtive reitera a importância de se fazer a pós no momento certo, pois “especializar-se” é algo que requer esforço.

“Se a pessoa não planeja o tempo ideal para estudar, está sempre faltando, não consegue entregar os trabalhos, consequentemente passará uma imagem ruim para o professor e colegas, o que pode estragar um possível networking”.

Natacha também lembra que é essencial planejar a carreira antes de começar a pós-graduação. “Ninguém faz pós por hobby. Você gasta tempo e dinheiro para algo que não vai trazer um retorno imediato. É importante pensar bem antes de iniciar, por isso, ter experiência, nesse caso, é essencial”.

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