Carreira

De congelamento de óvulos a transição de carreira: veja as apostas da Pepsico para manter talentos

A companhia americana busca promover no Brasil um time plural e qualificado; oferece aula de idiomas, oportunidades internacionais, mentorias internas e benefícios que traz a diversidade como estratégia do negócio

Carlos Domingues, gerente sênior de gestão de talentos da Pepsico Brasil: “Queremos manter um time que tem cada vez mais sede e fome de aprender e crescer” (Pepsico /Divulgação)

Carlos Domingues, gerente sênior de gestão de talentos da Pepsico Brasil: “Queremos manter um time que tem cada vez mais sede e fome de aprender e crescer” (Pepsico /Divulgação)

Publicado em 25 de maio de 2024 às 08h00.

Última atualização em 27 de maio de 2024 às 14h28.

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Engajar e manter os talentos é um desafio para pequenas e grandes empresas. A Pepsico, por exemplo, uma companhia que nasceu nos EUA e hoje está em mais de 200 territórios ao redor do mundo, encontrou em seu universo, com mais de 11 mil funcionários só no Brasil, um jeito de reter os bons profissionais: analisar e apostar nas qualificações e na carreira dos próprios funcionários.

Para fazer a análise de perfil, a Pepsico aposta desde 2021 na Plataforma MyDevelopment, que utiliza inteligência artificial para conectar funcionários a novas oportunidades de desenvolvimento e projetos internos.

“A plataforma recomenda oportunidades internas que correspondam aos interesses e habilidades dos funcionários, que podem se inscrever em projetos em áreas diferentes para somar com outros times, trazendo novos desafios e novas capacidades”, afirma Carlos Domingues, gerente sênior de gestão de talentos da Pepsico Brasil.

Outro caminho para o funcionário que deseja crescer na companhia é por meio do People Planning Process (Processo de Planejamento de Pessoas). “Aqui temos sessões anuais com líderes para discutir posições, prontidão dos funcionários e planos de desenvolvimento para prepará-los para futuras posições”, diz Domingues que reforça que do lado do funcionário também é feita uma autoanálise.

“Temos a ferramenta ACE de Carreira em que os funcionários fazem a gestão de suas carreiras, identificando suas aspirações, competências e áreas de oportunidade. Na plataforma é possível criar um plano de desenvolvimento individual que é enviada aos gestores”, diz o executivo. “É uma oportunidade de manter bons funcionários que buscam uma transição de carreira”.

A oportunidade internacional a partir do Brasil

Por ser uma companhia multinacional, Domingues afirma que existe a possibilidade dos funcionários se candidatarem para vagas em outros países por meio de uma plataforma que parece um LinkedIn interno e tem o nome de “Pepsico Jobs”.

“Com essa plataforma interna os funcionários podem visualizar e se candidatar a vagas disponíveis em qualquer lugar do mundo onde a PepsiCo opera, promovendo uma certa autonomia do funcionário que busca por mobilidade internacional”, diz. “Aqui na Pepsico o que vale é o funcionário estar realizado em sua atividade. Se a pessoa que é do RH tem o sonho de atuar em marketing, aqui é possível, assim como concorrer a uma vaga no México ou nos EUA, só precisa estar preparada”.

Para conseguir a transição interna de carreira ou até mesma uma vaga internacional, Domingues reforça a necessidade do funcionário se preparar para a vaga que deseja. Para isso, a companhia oferece como benefício a ferramenta Pep Fluent, programa de aprendizado de idiomas disponível para todos os funcionários, que oferece mais de dez idiomas.

“Sabemos da necessidade de ter inglês e outros idiomas para se destacar no mercado, e como multinacional queremos apoiar os nossos funcionários a avançar em suas carreiras por meio da qualificação”, diz o executivo.

Pode ser um time diverso? Deve!

Apesar de alguns cargos exigirem um segundo idioma, o executivo reforça que a direção da companhia reconhece o gap educacional que ainda existe no país com relação à educação de novas línguas.

“Sabemos que no nosso país apenas 5% da população tem um segundo idioma. Para fazer uma seleção mais diversa, eliminamos o inglês como requisito dos programas de estágio e trainee e estamos evitando essa qualificação nas entrevistas gerais, exceto para cargos que vão precisar ter contato com as nossas filiais internacionais”.

Para ter um time cada mais plural, a companhia tem metas claras de diversidade, buscando 30% de lideranças negras e 50% de mulheres na liderança até 2025. Para isso, diferentes medidas foram adotadas, como:

  • Doce Começo: Programa de licença parental estendida, incluindo licença maternidade, paternidade e part-time no retorno das mães.“Para os pais oferecemos licença de 30 dias e para as mães oferecemos licença maternidade de 6 meses e retorno gradativo, com uma jornada de trabalho de meio período no primeiro mês de retorno”, diz o executivo de RH da Pepsico.
  • Minha Hora: Benefício para reprodução assistida, incluindo congelamento de óvulos, inseminação artificial e fertilização in vitro, disponível sem restrição de gênero e idade.“A pessoa já tem direito a partir do primeiro dia que faz parte do time da Pepsico, ela já entra com o benefício que tem um teto de 25 mil reais por ano”, afirma Domingues.
  • Mentoria para Lideranças Negras: Programa iniciado em 2019 para acelerar a carreira de lideranças negras.“Hoje temos 28% de pessoas negras na liderança, estamos próximo da nossa meta”, afirma o executivo.
  • Mentoria Reversa: Iniciativa focada na equidade racial e cultura, onde líderes seniores são mentorados por membros de grupos de afinidade, como o “Negrow”.“Um dos compromissos é fazer com que a marca tenha propósito. Como exemplo, fizemos um evento com a marca Doritos em parceria com a Feira Preta, que busca promover o afroempreendedorismo e inclusão de um jeito especial no Brasil”, diz.

Um novo ambiente para uma nova forma de trabalho

Para oferecer um ambiente mais acolhedor, a empresa reformou o escritório sede no centro de São Paulo em 2022, alinhando a estrutura com os quatro C’s que faz parte da cultura organizacional: colaboração, criação, conexão e celebração.

“Nossos ambientes foram adaptados para melhorar a experiência dos funcionários no escritório, que mudou muito após a pandemia. Hoje seguimos com o regime de trabalho híbrido flexível, dois dias de home office e três dias no escritório com o horário flexível”, diz Domingues.

A reforma foi realizada para que a companhia e o time se adaptasse à nova forma de trabalho, diz o executivo. "Buscamos oferecer um ambiente dinâmico, saudável, com propósito e diverso, afinal a representatividade abre caminhos para o crescimento do negócio e queremos manter um time que tem cada vez mais sede e fome de aprender e crescer.”

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