Renan pode muito, "mas não pode tudo", diz Cunha Lima
O vice-presidente do Senado comanda os trabalhos legislativos durante a ausência de Eunício Oliveira, que realiza exames médicos em São Paulo
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de maio de 2017 às 19h24.
Brasília - O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), declarou nesta terça-feira (2) que o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), "pode muito, mas não pode tudo" ao ser questionado sobre a oposição que o peemedebista tem feito à reforma trabalhista.
O projeto, aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, chegou hoje ao Senado.
Cunha Lima disse que os governistas vão fazer a Casa funcionar "mesmo com a indisposição que o senador Renan tem tido em relação às matérias que estão em discussão".
O tucano comanda os trabalhos legislativos durante a ausência do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que realiza exames médicos em São Paulo, após sofrer um Acidente Isquêmico Transitório (AIT) na última quinta (27).
Renan está fora de Brasília e não participou da reunião de líderes que definiu o rito da reforma trabalhista no Senado.
Questionado se a oposição do líder do PMDB ao projeto assustava o governo, Cunha Lima negou.
"Renan já não vem comparecendo a reuniões de líderes há algum tempo. Eu tenho participado de quase todas elas e tivemos a presença dele em uma ou duas. É claro que a presença dele é sempre importante, mas ele pode muito, mas não pode tudo", afirmou o tucano.
Nesta terça, Cunha Lima anunciou aos líderes a proposta da reforma trabalhista irá tramitar simultaneamente na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), presidida pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) e Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), cujo presidente é o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
A expectativa dos integrantes da base aliada é de que o texto seja apreciado nas comissões até o início de junho.
Como os presidentes dos colegiados são responsáveis por indicar os relatores do texto, aliados do presidente Michel Temer tentam evitar que a reforma trabalhista passe pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida por Edison Lobão (PMDB-MA), aliado de Renan.
No plenário, diversos senadores pediram a Cunha Lima para reconsiderar a sua decisão e encaminhar o texto também para a CCJ.
Como ele está no cargo interinamente, o paraibano respondeu que caberá a Eunício avaliar o pleito quando retornar ao trabalho amanhã.