Pedidos de refúgio no Brasil aumentam dez vezes em três anos
Número de pedidos de refúgio no Brasil aumentou dez vezes nos últimos três anos, segundo relatório de agência da ONU
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2014 às 12h17.
Brasília -O número de pedidos de refúgio no Brasil aumentou dez vezes nos últimos três anos, segundo o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), divulgado hoje (20).
O consultor jurídico da agência da ONU, José Fischel, informou que apenas no ano passado, mais de 5,2 mil pessoas pediram refúgio em território nacional, enquanto, até 2010, o número de registros girava em torno de 500 por ano.
Pelo levantamento que identificou a situação de refugiados em todo o mundo, 51,2 milhões de pessoas foram deslocadas à força no mundo em 2013, vítimas de perseguição, violência, conflito ou violação dos direitos humanos.
O número é 15% maior do que o registrado em 2012.
Desse total, 33,7 milhões de pessoas estão entre deslocados internos, 16,7 milhões entre refugiados e 1,2 milhão entre pessoas em busca de asilo.
De acordo com autoridades do Acnur, responsáveis pelo relatório Tendências Globais, o aumento do número de refugiados é resultado, principalmente, da guerra na Síria , “que até o fim do ano passado forçou a fuga de 2,5 milhões de pessoas para países vizinhos e deixou mais de 6,5 milhões de deslocados internos”.
O relatório revela que mais de 53% dos refugiados no mundo são do Afeganistão, da Síria e Somália.
É a primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, que o número de pessoas deslocadas dentro de um país e de pessoas em busca de asilo em outros territórios supera 50 milhões.
O alto comissário da ONU para refugiados, António Guterres, lembrou que a tendência é que os números continuem aumentando caso as autoridades não consigam um acordo de paz e adotem soluções políticas efetivas.
Para ele, a ajuda humanitária “serve como paliativo”.
Os países que mais acolhem refugiados no mundo são o Paquistão, Irã, Líbano, a Jordânia e Turquia.
Uma das soluções defendidas pelo Acnur para a situação global é o retorno voluntário das pessoas ao país de origem.
Mas, na contramão da proposta, o relatório mostrou que 2013 foi um dos anos com pior nível de retorno.
“Este é o pior resultado em quase 25 anos”, avaliaram autoridades da agência.