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Para PT paulistano, saída de Marta é desastrosa para Haddad

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Marta Suplicy disse que a sigla chegou a uma encruzilhada

Marta: líderes petistas acham que rla "queimou pontes e foi longe demais" em declarações (Antônio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 16h19.

Brasília - Sob o impacto das declarações contra o PT da senadora Marta Suplicy (SP), a cúpula paulistana do partido avalia que sua permanência foi inviabilizada e que sua saída representa um "desastre" para a candidatura à reeleição do prefeito Fernando Haddad.

"Para nós será uma tragédia", resumiu um cacique petista.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Marta disse que a sigla chegou a uma encruzilhada.

"Ou o PT muda, ou acaba", afirmou. A senadora atacou o governo Dilma Rousseff, disparou contra o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a quem chamou de "candidatíssimo" à Presidência da República em 2018, e reclamou de ter sido alijada do processo eleitoral nas últimas disputas.

Líderes petistas acham que Marta "queimou pontes e foi longe demais" nas declarações, tornando irreversível o processo de saída do partido.

O primeiro confronto com o partido foi na saída do Ministério da Cultura, quando a senadora criticou a política econômica do governo.

O segundo episódio foi quando a presidente Dilma Rousseff confirmou Juca Ferreira na pasta em seu segundo mandato, o que foi duramente criticado por Marta.

Os caciques acreditam que a senadora já decidiu abandonar o partido, só não tem uma estratégia clara para onde migrar.

"Ela não tem mais condições de ficar no PT, mas ninguém vai expulsá-la", comentou um dirigente.

O partido, que pretendia confirmar a candidatura de Haddad já no segundo semestre deste ano, dá como certa a entrada de Marta na corrida pela Prefeitura de São Paulo em 2016 e acredita que a senadora estaria mais próxima de fechar com a aliança PPS, PSB e Solidariedade.

Os partidos formaram um bloco de atuação conjunta no Congresso Nacional em dezembro e, na ocasião, anunciaram que estenderiam a aliança para Estados e municípios com foco nas próximas eleições.

Fora do PT, a avaliação é que Marta não levaria consigo muitos aliados, uma vez que ela passa por um processo de isolamento no partido nos últimos meses.

No entanto, a senadora seria capaz de, sozinha, impor uma derrota significativa a Haddad, uma vez que ela é forte na periferia e tiraria votos cruciais do PT.

Marta ganhou a prefeitura em 2000 e investiu em projetos sociais no subúrbio, como os Centros Educacionais Unificados (CEUs).

Só na zona leste da cidade, onde vive um terço da população paulistana, ela criou em quatro anos nove dos 21 CEUs de sua gestão.

A última vez que disputou o governo municipal, em 2008, Marta venceu na periferia, onde abocanhou 70% dos votos em Parelheiros, 68% em Grajaú, 62% em Cidade Tiradentes, 57% em Guaianazes e 53% no Capão Redondo.

Em 2010, numa eleição onde quase perdeu a vaga do Senado para Netinho de Paula (PCdoB), Marta conseguiu superá-lo com uma votação expressiva na capital paulista.

Ela foi eleita na ocasião com 8,3 milhões de votos, ficando atrás do tucano Aloysio Nunes Ferreira, que teve 11 milhões de votos.

Já considerando Marta na disputa em 2016, a situação de Haddad se agravaria ainda mais com a entrada do deputado federal eleito Celso Russomanno (PRB).

"Ficaria difícil para o PT", concluiu um dirigente nacional.

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"Ou o PT muda, ou acaba", afirmou. A senadora atacou o governo Dilma Rousseff, disparou contra o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a quem chamou de "candidatíssimo" à Presidência da República em 2018, e reclamou de ter sido alijada do processo eleitoral nas últimas disputas.

Líderes petistas acham que Marta "queimou pontes e foi longe demais" nas declarações, tornando irreversível o processo de saída do partido.

O primeiro confronto com o partido foi na saída do Ministério da Cultura, quando a senadora criticou a política econômica do governo.

O segundo episódio foi quando a presidente Dilma Rousseff confirmou Juca Ferreira na pasta em seu segundo mandato, o que foi duramente criticado por Marta.

Os caciques acreditam que a senadora já decidiu abandonar o partido, só não tem uma estratégia clara para onde migrar.

"Ela não tem mais condições de ficar no PT, mas ninguém vai expulsá-la", comentou um dirigente.

O partido, que pretendia confirmar a candidatura de Haddad já no segundo semestre deste ano, dá como certa a entrada de Marta na corrida pela Prefeitura de São Paulo em 2016 e acredita que a senadora estaria mais próxima de fechar com a aliança PPS, PSB e Solidariedade.

Os partidos formaram um bloco de atuação conjunta no Congresso Nacional em dezembro e, na ocasião, anunciaram que estenderiam a aliança para Estados e municípios com foco nas próximas eleições.

Fora do PT, a avaliação é que Marta não levaria consigo muitos aliados, uma vez que ela passa por um processo de isolamento no partido nos últimos meses.

No entanto, a senadora seria capaz de, sozinha, impor uma derrota significativa a Haddad, uma vez que ela é forte na periferia e tiraria votos cruciais do PT.

Marta ganhou a prefeitura em 2000 e investiu em projetos sociais no subúrbio, como os Centros Educacionais Unificados (CEUs).

Só na zona leste da cidade, onde vive um terço da população paulistana, ela criou em quatro anos nove dos 21 CEUs de sua gestão.

A última vez que disputou o governo municipal, em 2008, Marta venceu na periferia, onde abocanhou 70% dos votos em Parelheiros, 68% em Grajaú, 62% em Cidade Tiradentes, 57% em Guaianazes e 53% no Capão Redondo.

Em 2010, numa eleição onde quase perdeu a vaga do Senado para Netinho de Paula (PCdoB), Marta conseguiu superá-lo com uma votação expressiva na capital paulista.

Ela foi eleita na ocasião com 8,3 milhões de votos, ficando atrás do tucano Aloysio Nunes Ferreira, que teve 11 milhões de votos.

Já considerando Marta na disputa em 2016, a situação de Haddad se agravaria ainda mais com a entrada do deputado federal eleito Celso Russomanno (PRB).

"Ficaria difícil para o PT", concluiu um dirigente nacional.

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