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Para Genoíno, mensalão é como interrogatório da ditadura

Em entrevista ao Terra Magazine, ex-presidente do PT condenado pelo STF afirma que, em pesadelos, “mistura cenas” do processo do mensalão com os interrogatórios da ditadura

José Genoino: estratégia agora é relacionar a condenação no mensalão com a tortura sofrida na época em que lutou contra a ditadura militar (J. Freitas/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 13h03.

São Paulo – O ex-presidente do PT condenado pelo Supremo Tribunal Federal , José Genoino, disse que vê paralelos entre o julgamento do mensalão e o período em que esteve na luta armada contra a ditadura militar, na década de 70: os pesadelos. “Misturo cenas daquele período, quando eu era interrogado, em 1972, com cenas do processo da Ação Penal 470 ( mensalão ). Há um mês, tive um pesadelo grande, gritei pra caramba, minha mulher ficou preocupada”, afirmou o petista ao Terra Magazine.

É a segunda entrevista que ex-presidente do PT concede em dois dias relacionando seu atual momento com a experiência da ditadura.

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Conhecido por ter lutado no conflito do Araguaia, Genoino tentar tirar proveito de uma famosa biografia, citada até mesmo pelos ministros que o condenaram no STF. Gilmar Mendes chegou a dizer que considerava o petista culpado com "constrangimento" e "tristeza", dada a atuação do "antigo parlamentar ".

As alegorias entre os dois episódios vão além. Na reportagem, Genoino afirma que a condenação, em vez de abalá-lo, fez voltar uma energia de luta.

“Estou revigorado, vivendo um momento parecido com o meu entusiasmo de 1968, da Guerrilha do Araguaia, quando eu estava preso por cinco anos, quando eu disputava convenções do PT”, disse Genoino ao Terra.

A estratégia adotada pelo petista vai na mesma direção de José Dirceu, com referências negativas à mídia e ao judiciário, que estariam perseguindo os dois.

Uma mostra disso é a conversa que Genoino alega ter tido com José Dirceu no diretório do PT de São Paulo, no dia seguinte à condenação de ambos. “É o nosso destino. Nosso destino é lutar", é o que teria dito o ex-ministro da Casa Civil, apontado como "chefe" do mensalão pela Procuradoria Geral da República, segundo Genoino.

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