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Assembleia Geral da ONU vira palanque eleitoral para Dilma

Dilma foi a primeira a falar na Assembleia Geral da ONU. Candidata à reeleição aproveitou ocasião para listar conquistas do governo petista e para atacar intervenção militar dos EUA na Síria

Dilma Rousseff: reforma do Conselho de Segurança o tornará mais representativo e eficaz (Mike Segar/Reuters)

Dilma Rousseff: reforma do Conselho de Segurança o tornará mais representativo e eficaz (Mike Segar/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 16h57.

São Paulo - Em discurso de abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU, a presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou para listar as conquistas dos doze anos do governo petista no Brasil. Ela nega ter feito discurso político

De cara, a presidente citou a corrida eleitoral brasileira e relacionou seu governo e de Luiz Inácio Lula da Silva aos avanços do país no combate à desigualdade, fome e corrupção.

 "O Brasil saltou de 13º para 7º economia do mundo. A renda per capita mais do que triplicou", afirmou. "Trinta e três milhões de brasileiros deixaram a miséria desde 2003, 22 milhões só no meu governo". 

A presidente, que também é candidata à reeleição, repetiu o argumento que tem usado para explicar o desempenho pífio da economia nos últimos tempos.

"Ainda que tenhamos resistido às consequências mais graves da crise internacional, ela nos atingiu de forma mais aguda nos últimos anos, o que impactou negativamente o nosso crescimento", disse. 

Após discorrer sobre políticas de transparência do governo, Dilma citou novamente sua candidatura à presidência. "A recente reeleição (...) vai nos permitir contribuir também para governos mais transparentes no plano mundial", disse. 

A candidata abordou o combate à homofobia - tema espinhoso para a principal adversária na corrida eleitoral, Marina Silva, que foi alvo de ataques após revisar trecho do programa de governo que defendia abertamente a criminalização da homofobia e casamento igualitário. 

"O mesmo empenho que temos  em combater a violência contra as mulheres e os negros, os afrobrasileiros, temos também contra a homofobia", afirmou. "Acreditamos firmemente na dignidade de todo ser humano e na universalidade de seus direitos fundamentais. Estes devem ser protegidos de toda seletividade e de toda politização tanto no plano interno como no plano internacional".

Oriente Médio

 Dilma condenou os conflitos militares no Oriente Médio e afirmou que o mundo não pode aceitar tais "manifestações de bárbarie [que ferem] nossos valores éticos, morais e civilizatórios", disse. "A cada intervenção militar não caminhamos para a paz", afirmou em referência aos ataques recentes dos Estados Unidos ao Estado Islâmico, na Síria. 

A presidente voltou a defender a criação de um estado Palestino. Segundo ela, o conflito entre Israel e Palestina "deve ser solucionado e não precariamente administrado como vem sendo", disse. "Negociações efetivas entre as partes têm de conduzir à solução de dois Estados – Palestina e Israel – vivendo lado a lado e em segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas".  

Desde 1947, os líderes brasileiros abrem o debate na Assembleia. No ano passado, Dilma acusou os Estados Unidos de ferir a soberania dos países e as liberdades civis com seu programa de espionagem. Veja como foi o discurso na íntegra. 

Outros 140 chefes de Estado e de governo irão ocupar a tribuna da assembleia. O presidente americano Barack Obama é o próximo a falar. Veja a íntegra do discurso de Dilma.

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