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Mercadante sai desgastado, mas deixa marcas fortes

Convidado a assumir a Casa Civil, o ministro deixará a Educação com a consolidação de programas como o Ciência sem Fronteiras e o Pronatec

Mercadante: a demora na aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) foi criticada por agentes da área da educação (ministro da Educação, Aloizio Mercadante)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 10h32.

Brasília - Convidado a assumir a Casa Civil, o ministro Aloizio Mercadante deixará a Educação com um passivo que inclui a demora na aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), uma relação desgastada com o setor privado e a falta de resultados concretos no ensino médio, apontaram ao "Estado" agentes da área.

Por outro lado, sua gestão também é marcada pela criação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e a consolidação de programas como o Ciência sem Fronteiras e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

"O Mercadante não colocou o capital político dele a favor da área de ensino", critica o coordenador-geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Para ele, um exemplo disso foi a forma como ele lidou com o PNE, que traça metas para os próximos dez anos. A tramitação do plano se arrasta no Congresso desde dezembro de 2010.

Para a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, o ministro foi tão requisitado pela presidente Dilma Rousseff para outras áreas que "não prestou muita atenção no MEC ".

A Fenep e o MEC têm travado uma luta por causa da tentativa do governo de criar o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior, autarquia que prevê uma taxa sobre o setor e até ingerência nas instituições privadas.


Para Mozart Ramos, do Conselho Nacional de Educação, um dos pontos positivos foi o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, compromisso dos diferentes entes federativos para que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos. Destaca ainda a consolidação do Ciência sem Fronteiras e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior a partir da nota do Enem.

Para Ramos, porém, o ministro não enfrentou a baixa atratividade pela carreira de magistério e a falta de autonomia das federais. "As universidades nunca tiveram tanto dinheiro como agora, mas não conseguiram autonomia para elaborar seus orçamentos."

Ensino médio

O secretário de Educação de Santa Catarina, Eduardo Deschamps (PSDB), um dos vice-presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), elogia a postura do ministro de promover um debate sobre a melhoria no ensino médio.

Mercadante respondeu por e-mail questionamentos sobre sua gestão. Destacou a construção de creches, o Pacto pela Alfabetização na Idade Certa e o Pacto pela Valorização do Ensino Médio. Mas não quis dizer quais seriam as maiores falhas de sua gestão. "A avaliação (da minha gestão) deve ser feita pela sociedade e imprensa."

O atual secretário executivo do MEC, José Henrique Paim Fernandes, substituirá Mercadante na Educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Convidado a assumir a Casa Civil, o ministro Aloizio Mercadante deixará a Educação com um passivo que inclui a demora na aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), uma relação desgastada com o setor privado e a falta de resultados concretos no ensino médio, apontaram ao "Estado" agentes da área.

Por outro lado, sua gestão também é marcada pela criação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e a consolidação de programas como o Ciência sem Fronteiras e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

"O Mercadante não colocou o capital político dele a favor da área de ensino", critica o coordenador-geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Para ele, um exemplo disso foi a forma como ele lidou com o PNE, que traça metas para os próximos dez anos. A tramitação do plano se arrasta no Congresso desde dezembro de 2010.

Para a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, o ministro foi tão requisitado pela presidente Dilma Rousseff para outras áreas que "não prestou muita atenção no MEC ".

A Fenep e o MEC têm travado uma luta por causa da tentativa do governo de criar o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior, autarquia que prevê uma taxa sobre o setor e até ingerência nas instituições privadas.


Para Mozart Ramos, do Conselho Nacional de Educação, um dos pontos positivos foi o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, compromisso dos diferentes entes federativos para que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos. Destaca ainda a consolidação do Ciência sem Fronteiras e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior a partir da nota do Enem.

Para Ramos, porém, o ministro não enfrentou a baixa atratividade pela carreira de magistério e a falta de autonomia das federais. "As universidades nunca tiveram tanto dinheiro como agora, mas não conseguiram autonomia para elaborar seus orçamentos."

Ensino médio

O secretário de Educação de Santa Catarina, Eduardo Deschamps (PSDB), um dos vice-presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), elogia a postura do ministro de promover um debate sobre a melhoria no ensino médio.

Mercadante respondeu por e-mail questionamentos sobre sua gestão. Destacou a construção de creches, o Pacto pela Alfabetização na Idade Certa e o Pacto pela Valorização do Ensino Médio. Mas não quis dizer quais seriam as maiores falhas de sua gestão. "A avaliação (da minha gestão) deve ser feita pela sociedade e imprensa."

O atual secretário executivo do MEC, José Henrique Paim Fernandes, substituirá Mercadante na Educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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