Maia indica Marcelo Freixo para analisar pacote anticrime de Moro
A comissão que irá analisar o pacote anticrime do ministro Sergio Moro realizou sua primeira reunião esta semana
Isabela Rovaroto
Publicado em 22 de março de 2019 às 12h29.
Última atualização em 23 de março de 2019 às 10h04.
São Paulo — Em meio à tensão entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia , e o ministro da Justiça, Sergio Moro , sobre o pacote anticrime, o presidente da Câmara indicou o deputado Marcelo Freixo (PSOL-Rio) para participar da comissão que irá analisar o projeto do ex-juiz. A primeira reunião da comissão foi realizada nesta quarta-feira.
Ao comentar sua participação na comissão, Freixo afirmou que pretende "ampliar o diálogocom pesquisadores, profissionais da área e organizações engajadas no tema".
Maia x Moro
Na última semana, o clima entre o presidente da Câmara e o ministro da Justiça esquentou após a suspensão da tramitação do projeto anticrime. Enquanto Maia quer concentrar seus esforços na discussão da reforma da Previdência, Moro defende a urgência na análise de seu projeto.
“É uma questão urgente. Acho que os eventos que ocorreram este ano, especialmente [os ataques] no Ceará, acendem uma luz amarela de que a questão da segurança pública é algo que tem que ser tratado com a devida celeridade, porque as ameaças são cada vez maiores”, disse Moro.
Nessa quarta, Maia chegou a dizer que o projeto de Moro é um “copia e cola” de projeto apresentado por seu antecessor na pasta, o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Disse ainda que será votado no momento “oportuno”.
“Não, não estou irritado, acho que ele (Moro) conhece pouco a política. Eu sou presidente da Câmara, ele é ministro funcionário do presidente Bolsonaro”, disse ainda.
Com a decisão de Maia, dois dos projetos do pacote ficaram trancados por 90 dias. Neste período,deputados federais vão analisar a medida e outras matérias com temas relacionados que já tramitam na Câmara.
No Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro colocou mais lenha na discussão se posicionando a favor de Moro. O presidente da Câmara, por sua vez, deu seu recado ao governo: se Carlos não for contido, a tramitação da reforma da Previdência estará ameaçada.