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Brasil empregaria como escravos até 100 mil bolivianos

A denúncia foi feita em La Paz pelo embaixador da Bolívia no Brasil

Imigrantes bolivianos trabalham em ateliê de roupas de Nova Odessa, em São Paulo (Nelson Almeida/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2013 às 21h46.

Milhares de bolivianos estariam trabalhando em condições de escravidão em fábricas têxteis no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo, denunciou esta sexta-feira em La Paz o embaixador da Bolívia no Brasil que, junto com parlamentares brasileiros, pediu um acordo entre os dois países para solucionar esta grave situação.

"Pode haver entre 50.000 e 100.000 bolivianos nesta situação de escravidão", disse à AFP o embaixador Jerjes Justiniano, durante uma reunião entre parlamentares dos dois países para analisar o problema.

Segundo o diplomata, esta informação foi obtida a partir dos registros utilizados pela delegação boliviana no Brasil, destacando que se trata de uma situação que os governos boliviano e brasileiro analisam cuidadosamente para implantar leis e políticas comuns.

"As condições (destes trabalhadores) são de escravidão. Até 18 horas por dia de trabalho, com condições sanitárias e de moradia que são absolutamente impróprias para pessoas do ponto de vista dos direitos humanos e trabalhistas", afirmou o deputado federal Walter Feldman (PSDB/SP), em entrevista coletiva.

Em La Paz, Feldman explicou que o Brasil faz campanha para erradicar este tipo de escravidão no campo e nas fábricas.

O deputado informou que nos dois a três últimos anos, "tem havido uma migração diária de 700 a 800 bolivianos que entram no Brasil, tendo como destino especialmente São Paulo", onde são empregados na indústria têxtil.

O embaixador boliviano também informou que há dados de que cada operário boliviano ganha "15 centavos de dólar (nr: cerca de R$ 0,28) por cada peça de vestuário que confecciona e que esta peça se vende em até 100 reais", cerca de 52 dólares.


"Vemos que tem gente que está ficando milionária às custas de umas quantas pessoas", acrescentou.

Justiniano destacou que uma breve investigação na Bolívia permitiu detectar na cidade de El Alto, vizinha a La Paz, "agências de emprego onde se recrutam os migrantes e é impressionante que a polícia (boliviana) não faça nada".

Cinco parlamentares brasileiros que integram uma Comissão Parlamentar de Inquérito estão na Bolívia para ampliar suas indagações sobre o tráfico de pessoas com destino a fábricas têxteis em grandes cidades do Brasil.

Os legisladores se reuniram com colegas bolivianos, organizações sociais e empresários, denunciando que podem estar em funcionamento redes de tráfico de pessoas que captam mão de obra para enviar ao Brasil.

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Milhares de bolivianos estariam trabalhando em condições de escravidão em fábricas têxteis no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo, denunciou esta sexta-feira em La Paz o embaixador da Bolívia no Brasil que, junto com parlamentares brasileiros, pediu um acordo entre os dois países para solucionar esta grave situação.

"Pode haver entre 50.000 e 100.000 bolivianos nesta situação de escravidão", disse à AFP o embaixador Jerjes Justiniano, durante uma reunião entre parlamentares dos dois países para analisar o problema.

Segundo o diplomata, esta informação foi obtida a partir dos registros utilizados pela delegação boliviana no Brasil, destacando que se trata de uma situação que os governos boliviano e brasileiro analisam cuidadosamente para implantar leis e políticas comuns.

"As condições (destes trabalhadores) são de escravidão. Até 18 horas por dia de trabalho, com condições sanitárias e de moradia que são absolutamente impróprias para pessoas do ponto de vista dos direitos humanos e trabalhistas", afirmou o deputado federal Walter Feldman (PSDB/SP), em entrevista coletiva.

Em La Paz, Feldman explicou que o Brasil faz campanha para erradicar este tipo de escravidão no campo e nas fábricas.

O deputado informou que nos dois a três últimos anos, "tem havido uma migração diária de 700 a 800 bolivianos que entram no Brasil, tendo como destino especialmente São Paulo", onde são empregados na indústria têxtil.

O embaixador boliviano também informou que há dados de que cada operário boliviano ganha "15 centavos de dólar (nr: cerca de R$ 0,28) por cada peça de vestuário que confecciona e que esta peça se vende em até 100 reais", cerca de 52 dólares.


"Vemos que tem gente que está ficando milionária às custas de umas quantas pessoas", acrescentou.

Justiniano destacou que uma breve investigação na Bolívia permitiu detectar na cidade de El Alto, vizinha a La Paz, "agências de emprego onde se recrutam os migrantes e é impressionante que a polícia (boliviana) não faça nada".

Cinco parlamentares brasileiros que integram uma Comissão Parlamentar de Inquérito estão na Bolívia para ampliar suas indagações sobre o tráfico de pessoas com destino a fábricas têxteis em grandes cidades do Brasil.

Os legisladores se reuniram com colegas bolivianos, organizações sociais e empresários, denunciando que podem estar em funcionamento redes de tráfico de pessoas que captam mão de obra para enviar ao Brasil.

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