Investigação sobre atropelamento no Rio indica homicídio culposo
Investigação sobre o atropelamento de 17 pessoas em Copacabana gira em torno de um possível ataque epilético no motorista Antônio de Almeida Anaquim
Agência Brasil
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 12h48.
O delegado da 12ª Delegacia de Polícia Gabriel Ferrando disse, na manhã de hoje (19), que um possível ataque epilético no motorista Antônio de Almeida Anaquim é a principal linha de investigação sobre o atropelamento de 17 pessoas na Praia de Copacabana , na noite de ontem (18).
Até o momento, a avaliação do delegado é de que o crime foi um homicídio culposo, em que não há intenção de matar, e que o suspeito deve responder em liberdade.
"Ele narra que teria tido uma espécie de disritmia, decorrente do problema epilético. Segundo ele, essa disritmia causa nele um apagão", disse o delegado, que mantém o motorista na delegacia até o momento, para continuar com os esclarecimentos. "Esse apagão, segundo ele, teria ocasionado a perda de consciência temporária no momento em que estava conduzindo o veículo".
O delegado afirmou que nenhuma hipótese ainda está descartada e que a vida pregressa do motorista continuará sendo investigada.
Na opinião de Ferrando, com as informações que ele tem até o momento, não há como indiciar o motorista por homicídio doloso, quando há intenção de matar, nem por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
"Trabalhar com a hipótese, com os elementos que eu tenho no momento, de que ele tinha a intenção ou assumiu o risco, eu acho temeroso".
O delegado argumentou que a legislação não prevê prisão em flagrante para casos de atropelamento em que o motorista se mantém no local do incidente.
A prisão também foi descartada até o momento porque os exames iniciais não apontaram ingestão de álcool e outras substâncias, e também porque o motorista não participava de um pega. Ferrando também considera que a alta velocidade, ao que tudo indica, foi causada pela disritmia.