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Governo confia em novo fôlego contra impeachment

Ultrapassamos os 172 votos que precisamos e temos ainda uma coluna a trabalhar de 36, disse liderança do governo na Câmara

Dilma Rousseff: aliados do governo afirmam que foi possível virar quase duas dezenas de votos (Adriano Machado / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2016 às 22h30.

Brasília - O Palácio do Planalto se transformou em um centro de romaria de deputados e governadores nesta sexta-feira, em um movimento de última hora que pode ter dado ao governo fôlego extra para barrar a aprovação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados .

O clima fúnebre da noite de quinta-feira, quando o governo reconheceu que não alcançaria mais votos suficientes na Câmara, foi substituído no final desta sexta por um otimismo cauteloso. Dilma passou o dia em contato com deputados, pessoalmente e por telefone, e aliados do governo afirmam que foi possível virar quase duas dezenas de votos, aproximando de novo o Planalto de 190 a 200 votos.

“Ultrapassamos os 172 votos que precisamos e temos ainda uma coluna a trabalhar de 36. Estamos bem acima da margem de erro”, afirmou o vice-líder do governo, Sílvio Costa (PTdoB-CE), que afirma ter mostrado à presidente Estado por Estado quantos votos estão garantidos.

“Ela ficou hiper feliz”, garantiu. Durante o dia, a presidente recebeu seis governadores – Maranhão, Ceará, Bahia, Amapá, Paraíba e Piauí  - e parte das bancadas da Bahia e Ceará, além de diversos grupos de deputados. Entre eles, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, e os ministros peemedebistas Kátia Abreu, da Agricultura, Celso Pansera, da Ciência e Tecnologia, e Marcelo Castro, da Saúde. A maior virada teria vindo do PP, que decidiu nesta semana abandonar o governo e interromper as negociações para ocupar espaços que pertenciam antes ao PMDB.

O vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (MA), afirmou à presidente que votaria com o governo e traria com ele outros 11 deputados do partido. A posição do deputado, que divulgou um vídeo contrário ao impeachment, contudo, levou a executiva do PP a fechar questão nesta sexta-feira a favor do impeachment.

De acordo com um parlamentar que participou dos encontros com a presidente, a “onda favorável” está sim crescendo. O PSD, por exemplo, que também declarou que sairia do governo e encaminharia pelo impeachment, entregaria cerca de 12 votos ao Planalto, segundo o parlamentar. Mas noite desta sexta, devido à pressão do partido, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, pediu demissão do cargo em caráter irrevogável, segundo disseram à Reuters fontes do Palácio do Planalto.

REUNIÕES

A presidente passou o dia em reuniões, mas também falou com parlamentares por telefone. De acordo com uma fonte palaciana, há um convencimento político de que não haveria uma pacificação com sua saída do governo. “Mas claro, não vamos negar, que existe sim a negociação de cargos", diz a fonte.

“O clima melhorou muito. Há um entendimento claro que a suposta avalanche (a favor do impeachment) não se verificou. Houve uma reversão de expectativas”, disse o governador do Maranhão, Flávio Dino, um dos que vieram a Brasília para tentar ajudar o governo a reverter votos. Parlamentares citam, ainda, a ação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou os últimos dias recebendo dezenas de deputados. Lula, que voltaria a São Paulo na noite de quinta-feira, ficou em Brasília para continuar negociando voto a voto. “O ex-presidente é sem dúvida o fiador de todos os acordos que estão sendo feitos”, disse à Reuters a fonte parlamentar.

Texto atualizado às 22h29

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O clima fúnebre da noite de quinta-feira, quando o governo reconheceu que não alcançaria mais votos suficientes na Câmara, foi substituído no final desta sexta por um otimismo cauteloso. Dilma passou o dia em contato com deputados, pessoalmente e por telefone, e aliados do governo afirmam que foi possível virar quase duas dezenas de votos, aproximando de novo o Planalto de 190 a 200 votos.

“Ultrapassamos os 172 votos que precisamos e temos ainda uma coluna a trabalhar de 36. Estamos bem acima da margem de erro”, afirmou o vice-líder do governo, Sílvio Costa (PTdoB-CE), que afirma ter mostrado à presidente Estado por Estado quantos votos estão garantidos.

“Ela ficou hiper feliz”, garantiu. Durante o dia, a presidente recebeu seis governadores – Maranhão, Ceará, Bahia, Amapá, Paraíba e Piauí  - e parte das bancadas da Bahia e Ceará, além de diversos grupos de deputados. Entre eles, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, e os ministros peemedebistas Kátia Abreu, da Agricultura, Celso Pansera, da Ciência e Tecnologia, e Marcelo Castro, da Saúde. A maior virada teria vindo do PP, que decidiu nesta semana abandonar o governo e interromper as negociações para ocupar espaços que pertenciam antes ao PMDB.

O vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (MA), afirmou à presidente que votaria com o governo e traria com ele outros 11 deputados do partido. A posição do deputado, que divulgou um vídeo contrário ao impeachment, contudo, levou a executiva do PP a fechar questão nesta sexta-feira a favor do impeachment.

De acordo com um parlamentar que participou dos encontros com a presidente, a “onda favorável” está sim crescendo. O PSD, por exemplo, que também declarou que sairia do governo e encaminharia pelo impeachment, entregaria cerca de 12 votos ao Planalto, segundo o parlamentar. Mas noite desta sexta, devido à pressão do partido, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, pediu demissão do cargo em caráter irrevogável, segundo disseram à Reuters fontes do Palácio do Planalto.

REUNIÕES

A presidente passou o dia em reuniões, mas também falou com parlamentares por telefone. De acordo com uma fonte palaciana, há um convencimento político de que não haveria uma pacificação com sua saída do governo. “Mas claro, não vamos negar, que existe sim a negociação de cargos", diz a fonte.

“O clima melhorou muito. Há um entendimento claro que a suposta avalanche (a favor do impeachment) não se verificou. Houve uma reversão de expectativas”, disse o governador do Maranhão, Flávio Dino, um dos que vieram a Brasília para tentar ajudar o governo a reverter votos. Parlamentares citam, ainda, a ação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou os últimos dias recebendo dezenas de deputados. Lula, que voltaria a São Paulo na noite de quinta-feira, ficou em Brasília para continuar negociando voto a voto. “O ex-presidente é sem dúvida o fiador de todos os acordos que estão sendo feitos”, disse à Reuters a fonte parlamentar.

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