Brasil

Governistas estão otimistas em relação à votação da denúncia

Nas contas da "tropa de choque" de Temer, é possível alcançar de 270 a 280 votos a favor do parecer que pede o arquivamento da denúncia

Governo Temer: "Acho que o resultado será melhor que a votação passada", prevê Mansur (Adriano Machado/Reuters)

Governo Temer: "Acho que o resultado será melhor que a votação passada", prevê Mansur (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 18h00.

Brasília - Na semana da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, líderes governistas demonstram otimismo e falam em um resultado mais expressivo desta vez.

Nas contas da "tropa de choque" de Temer, é possível alcançar de 270 a 280 votos a favor do parecer que pede o arquivamento da denúncia por obstrução de justiça e organização criminosa.

Faltando dois dias para a votação, os governistas concentram agora os esforços de convencimento em 30 parlamentares "mais problemáticos", que seriam de diversos partidos da base aliada.

O grupo é formado por aliados que cobram cargos e a liberação de emendas. Como algumas demandas são ainda da votação da Reforma Trabalhista, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que é um dos denunciados, entrou diretamente na articulação para resolver as emendas pendentes.

"Não são (deputados) contra o governo, só querem uma determinada obra", disse o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), que desde sábado está ligando para aliados para sentir o "termômetro" da base.

Na contabilidade de Mansur e do vice-líder do PMDB, Carlos Marun (MS), é possível superar os 263 votos favoráveis ao governo na primeira denúncia porque o cenário é de desconfiança em relação ao conteúdo do segundo pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e porque a economia vem dando sinais positivos.

"O cara que já votou (com Temer) vai votar de novo, já teve o desgaste na primeira denúncia", afirmou Mansur.

Oficialmente, o governo não conta com os votos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que presidirá a sessão, e do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que na última sessão também se absteve. "Acho que o resultado será melhor que a votação passada", prevê Mansur.

A oposição rebate o clima de otimismo dos governistas e calcula que o governo teria no máximo entre 225 e 230 votos. "O governo está desesperado por voto", contou o deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA).

Abstenções

Nos bastidores, parlamentares contam que os aliados estão até dispostos a marcar presença no dia da votação para garantir a abertura da sessão, mas alguns estão propensos a se abster, contrariando a orientação de votar a favor do parecer do tucano Bonifácio de Andrada (MG).

Embora a abstenção também ajude o placar do governo (por impedir que a oposição alcance os 342 votos favoráveis ao prosseguimento da denúncia), a meta dos governistas é superar a votação da primeira denúncia.

Marun disse que não é hora de dar "sustos" no governo e disse que não vê mobilização pró-abstenção.

"Se alguém quiser manifestar sua contrariedade à denúncia de outra forma, paciência. O ideal é que fossem votar (contra a denúncia)", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaEliseu PadilhaGoverno TemerMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerMoreira FrancoPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaPolítica no BrasilPolíticos brasileirosRodrigo Janot

Mais de Brasil

Com aeroporto de Porto Alegre fechado, base aérea de Canoas vai receber voos comerciais; entenda

Como será o inverno de 2024 no Brasil? Estação deve ter dias de calor e até 3ºC acima da média

Vai ter greve do Metrô amanhã? Sindicato se reúne nesta terça para decidir sobre paralisação

Sobe para 161 número de mortos devido às fortes chuvas no RS; veja serviços parados

Mais na Exame