Estudante atacado por PM respira sem auxílio de aparelhos
Mateus continua internado na UTI do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), com quadro de pneumonia. Ele encontra-se estável e sem sedação
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de maio de 2017 às 19h46.
O estudante Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, atingido com um cassetete por um policial militar de Goiás, está consciente e respira sem auxílio de aparelhos, segundo boletim médico divulgado nesta sexta-feira, 5.
Ele foi vítima de uma pancada na cabeça, desferida pelo capitão Augusto Sampaio de Oliveira, no final da manifestação nacional do dia 28 , no centro de Goiânia.
Silva continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), com quadro de pneumonia.
De acordo com o hospital o estudante encontra-se estável e sem sedação, mas continua sonolento.
Não há previsão para novos procedimentos cirúrgicos, nem sessões de hemodiálise.
O golpe provocou diversos traumas e foi necessário procedimento cirúrgico para refazer ossos que contornam o nariz e retirar parte do osso frontal (testa).
Silva também fraturou a clavícula e precisa fazer reconstituição cirúrgica de membranas que protegem o cérebro.
Afastamento
Na segunda-feira, 1º, a Polícia Militar do Estado de Goiás retirou do serviço de ruas o capitão Oliveira Neto filmado atingindo Silva.
O PM permanece em funções administrativas dentro da corporação.
A decisão pelo afastamento do policial ocorreu após a repercussão da agressão. Além de Silva, pelas redes sociais circulam imagens de quatro PMs batendo em uma jovem caída no chão.
O próprio capitão é flagrado empurrando manifestantes.
O afastamento do oficial será por 30 dias enquanto durar um inquérito policial militar (IPM) cuja conclusão vai para o Poder Judiciário.
O capitão já havia sido denunciado por outras três agressões, uma delas envolvendo menores de 18 anos. Segundo a sua ficha funcional, o policial nunca sofreu uma punição, recebeu diversas condecorações e 34 elogios.