Procurado, Rodrigo Maia disse que não comentaria informações de fontes não identificadas.
Centrão mirou em Maia e Bolsonaro ao atrapalhar reforma, dizem fontes
Adiamento da votação da Previdência na CCJ foi resposta para presidente da Câmara, por não cumprir acordos, e Bolsonaro, por criticar Legislativo
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João Pedro Caleiro
Publicado em 17 de abril de 2019 às 17h26.
Última atualização em 26 de abril de 2019 às 13h41.
Líderes dos partidos de centro quiseram dar o troco no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao trabalharem pelo adiamento da votação da reforma da Previdência nesta quarta-feira, afirmaram três dirigentes que participaram das articulações.
Parlamentares se disseram insatisfeitos com a pressão de Maia sobre os partidos para votarem o texto nesta semana. Também reclamam que o presidente da Câmara não estaria cumprindo acordos, feitos nos bastidores, para que o projeto fosse modificado antes da votação.
Estes desacertos, segundo as três fontes que pediram anonimato, levaram os partidos a ameaçar derrubar, durante a reunião da CCJ desta manhã, o parecer de Marcelo Freitas (PSL) sobre a reforma.
Além de atingir Maia, partidos do centrão quiseram também mostrar sua força, dentro da Câmara, ao presidente Jair Bolsonaro em função das constantes críticas à atuação do Legislativo.
Um desses parlamentares disse que Maia tem preterido acordos políticos para atender a pressão do mercado financeiro e que a manobra bem-sucedida de hoje atinge a imagem do presidente da Câmara.
“Mercado perdeu a confiança no Maia, disse Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Novus Capital. “Existia uma expectativa que Maia estava articulando para a reforma começar a andar.”