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Brasil consegue evitar ao menos uma crise no ano: a de água

Em meio a recessão, ao processo de impeachment e um escândalo de corrupção, há uma crise que o país conseguiu evitar neste ano: o racionamento severo de água

Torneira de água: com 2015 perto do fim, os reservatórios estão enchendo novamente (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 19h50.

Em meio a uma recessão paralisante, ao processo de impeachment presidencial e ao maior escândalo de corrupção já visto no Brasil, há uma crise que o país conseguiu evitar neste ano: o racionamento severo de água .

No início do ano, a empresa distribuidora de água de controle estatal, conhecida como Sabesp, enfrentava uma escassez de água tão devastadora que já preparava planos de contingência para cortar o abastecimento por até cinco dias por semana nos bairros da região metropolitana de São Paulo.

Com 2015 perto do fim, os reservatórios estão enchendo novamente e a Sabesp finalizou uma série de projetos de infraestrutura de solução rápida que deverão ajudá-la a suportar secas prolongadas daqui para a frente.

“Temos motivos para estar otimistas agora”, disse o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, na sexta-feira. “Estamos melhor preparados”.

Trata-se de um certo alívio em um país que passou a maior parte de 2015 pulando de crise em crise.

Um escândalo de corrupção que começou no ano passado na produtora estatal de petróleo, a Petrobras, derrubou uma fila de dominós que ainda está caindo, contribuindo para falências no setor petrolífero, um aumento vertiginoso do desemprego, uma queda nos mercados, um impasse político e, mais recentemente, o início de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

No ano passado, em meio à pior seca das últimas oito décadas, a Sabesp reduziu a pressão nas torneiras em uma tentativa de economizar água e desde então a manteve no mesmo nível.

Em outubro de 2014, 60 por cento dos moradores da maior metrópole da América do Sul disseram que sua água havia sido cortada pelo menos uma vez no mês anterior, segundo o Datafolha.

Mas as chuvas pesadas recentes mudaram a perspectiva.

No período de cinco meses até 30 de novembro, as chuvas sobre o Cantareira, reservatório que fornece água potável para 6 milhões de pessoas, foram 77 por cento maiores do que no mesmo período do ano anterior e ficaram 18 por cento acima da média histórica, segundo a Sabesp.

Isso ajudou a reabastecer o Cantareira para até 15 por cento de sua capacidade.

Embora esse patamar ainda possa parecer baixo, está distante das condições completamente secas que São Paulo enfrentou no início do ano, quando o nível de água caiu para menos de 6 por cento da capacidade.

A Sabesp foi forçada a construir canos para puxar água do chamado volume morto -- piscinas cheias de sedimentos localizadas bem no centro dos lagos.

Para diminuir a escassez de água, a Sabesp apressou uma série de projetos de infraestrutura, conectando reservatórios e rios para, atualmente, permitir que sistemas de água vizinhos atuem como reservas.

A empresa ainda está utilizando o volume morto para abastecer os clientes, mas provavelmente voltará ao uso normal da água em fevereiro, disse Kelman.

“Antes não tínhamos motivo para essa infraestrutura de apoio”, disse ele. “Agora tivemos que antecipar alguns trabalhos que só ficariam prontos em 2025”.

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Em meio a uma recessão paralisante, ao processo de impeachment presidencial e ao maior escândalo de corrupção já visto no Brasil, há uma crise que o país conseguiu evitar neste ano: o racionamento severo de água .

No início do ano, a empresa distribuidora de água de controle estatal, conhecida como Sabesp, enfrentava uma escassez de água tão devastadora que já preparava planos de contingência para cortar o abastecimento por até cinco dias por semana nos bairros da região metropolitana de São Paulo.

Com 2015 perto do fim, os reservatórios estão enchendo novamente e a Sabesp finalizou uma série de projetos de infraestrutura de solução rápida que deverão ajudá-la a suportar secas prolongadas daqui para a frente.

“Temos motivos para estar otimistas agora”, disse o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, na sexta-feira. “Estamos melhor preparados”.

Trata-se de um certo alívio em um país que passou a maior parte de 2015 pulando de crise em crise.

Um escândalo de corrupção que começou no ano passado na produtora estatal de petróleo, a Petrobras, derrubou uma fila de dominós que ainda está caindo, contribuindo para falências no setor petrolífero, um aumento vertiginoso do desemprego, uma queda nos mercados, um impasse político e, mais recentemente, o início de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

No ano passado, em meio à pior seca das últimas oito décadas, a Sabesp reduziu a pressão nas torneiras em uma tentativa de economizar água e desde então a manteve no mesmo nível.

Em outubro de 2014, 60 por cento dos moradores da maior metrópole da América do Sul disseram que sua água havia sido cortada pelo menos uma vez no mês anterior, segundo o Datafolha.

Mas as chuvas pesadas recentes mudaram a perspectiva.

No período de cinco meses até 30 de novembro, as chuvas sobre o Cantareira, reservatório que fornece água potável para 6 milhões de pessoas, foram 77 por cento maiores do que no mesmo período do ano anterior e ficaram 18 por cento acima da média histórica, segundo a Sabesp.

Isso ajudou a reabastecer o Cantareira para até 15 por cento de sua capacidade.

Embora esse patamar ainda possa parecer baixo, está distante das condições completamente secas que São Paulo enfrentou no início do ano, quando o nível de água caiu para menos de 6 por cento da capacidade.

A Sabesp foi forçada a construir canos para puxar água do chamado volume morto -- piscinas cheias de sedimentos localizadas bem no centro dos lagos.

Para diminuir a escassez de água, a Sabesp apressou uma série de projetos de infraestrutura, conectando reservatórios e rios para, atualmente, permitir que sistemas de água vizinhos atuem como reservas.

A empresa ainda está utilizando o volume morto para abastecer os clientes, mas provavelmente voltará ao uso normal da água em fevereiro, disse Kelman.

“Antes não tínhamos motivo para essa infraestrutura de apoio”, disse ele. “Agora tivemos que antecipar alguns trabalhos que só ficariam prontos em 2025”.

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