As boas (e más) notícias que o Ibope trouxe para Dilma
Pesquisa mostra a presidente empatada com Marina Silva no segundo turno, mas também revela desaprovação da população com áreas do governo
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2014 às 17h58.
São Paulo – A nova pesquisa de intenções de votos CNI-Ibope, divulgada hoje, desenhou um cenário um pouco mais positivo para a presidente Dilma Rousseff (PT) desde a ascensão meteórica de Marina Silva (PSB) na disputa eleitoral.
Com 39% no primeiro turno, Dilma aparece à frente de Marina, que registrou 31%; enquanto Aécio Neves (PSDB) se manteve estável no terceiro lugar, com 15% das intenções.
No entanto, a vantagem de apenas oito pontos percentuais entre as duas primeiras colocadas está bem longe de trazer tranquilidade para a atual presidente, que há poucos meses contava com a reeleição quase como certa.
Em provável cenário de segundo turno, Marina aparece um ponto à frente de Dilma, o que representa um empate técnico por causa da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos para mais ou para menos.
Quando a comparação é feita com o tucano, no entanto, a presidente lidera com um pouco mais de folga sobre o antigo principal rival. Teria 48% das intenções de voto no segundo turno contra 33% de Aécio.
Além dos adversários, a presidente-candidata também enfrenta altos índices de reprovação em relação a diversas áreas de seu atual governo. Confira a seguir quais foram as principais notícias que a nova pesquisa trouxe para Dilma Rousseff.
Vai mal
Entre nove áreas de políticas públicas avaliadas pelos eleitores, o governo Dilma só é aprovado pela maioria quando o assunto é combate à fome e à pobreza, com 50% dos votos positivos e 46% negativos.
Já em temas como saúde , impostos e segurança pública, o índice de desaprovação dos entrevistados chega a 74%, 73% e 71%, respectivamente. O combate à inflação e condução das taxas de juros também desagradam a 68% dos brasileiros.
Quando questionada sobre qual deveriam ser as prioridades do novo governante eleito, 51% da população elegeu a saúde como destaque, justamente a área em que Dilma tem menos aprovação. Já a ampliação de programas sociais como o Bolsa Família foi apontada como prioritária em apenas 7% das entrevistas.
A presidente também conta com a maior taxa de rejeição entre os três principais candidatos na disputa. 42% das pessoas responderam que não votariam em Dilma de jeito nenhum; 35% em Aécio e 26% em Marina Silva.
Vai bem
Em comparação com pesquisa anterior realizada em junho, o percentual de pessoas que consideram o governo Dilma ótimo ou bom subiu de 31% para 38%. O valor dos que consideram o governo ruim ou péssimo também caiu de 33% para 28% no mesmo período.
A aprovação sobre a maneira de governar da presidente também passou de 44% em junho para 48% em setembro. Já a confiança em Dilma subiu de 41% para 45% de acordo com a mesma base de comparação.
A melhora na avaliação do atual mandato foi mais sentida nos municípios pequenos (com até 20 mil habitantes), segundo a pesquisa. Nesses municípios, 63% da população aprova a maneira de governar de Dilma e 62% confiam na presidente.
Em relação às últimas pesquisas, embora a disputa com Marina Silva esteja muito acirrada, Dilma vem recuperando as intenções no primeiro turno, passando em duas semanas de 33% para 39%.
O levantamento CNI-Ibope foi realizado entre 5 a 8 de setembro, com 2002 entrevistas em 144 municípios. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 2 pontos.