Aragão: ministros querem desmontar por prazer atos de Dilma
O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão criticou a composição dos ministérios do governo do presidente provisório Michel Temer
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2016 às 22h00.
Brasília - O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão criticou, em conversa com a reportagem, a composição dos ministérios do governo do presidente em exercício, Michel Temer , e disse que há uma tentativa de desqualificar a gestão da presidente Dilma Rousseff "sem conhecimento de causa".
Segundo ele, que fez críticas ao novo ministro da defesa, Raul Jungmann, os ministérios foram distribuídos para atender anseios políticos e os responsáveis pelas pastas tentam "desmontar pelo prazer de desmontar".
"Esse é um ministério montado para atender reclamos de participação política dos atores do golpe. As pessoas votaram (pelo impeachment) com objetivo de ganhar espaço. Então se fez um verdadeiro mosaico de espaço, querendo desmontar tudo às pressas. Todo mundo começa a falar de qualquer jeito sem ter conhecimento de causa", afirmou Aragão.
Nesta semana, ministros de Temer protagonizaram ao menos dois imbróglios. Na segunda-feira, Temer desautorizou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e garantiu que vai manter a tradição de indicar para o comando do Ministério Público Federal o procurador mais votado pela categoria.
Nesta terça-feira, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, precisou garantir, após uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que não pretende redimensionar o Sistema Único de Saúde (SUS).
Para Aragão, os recuos demonstrados indicam uma "completa irresponsabilidade na montagem dos ministérios". "Pessoas que não sabem do que estão lidando e querendo desmontar pelo prazer de desmontar", disse o ex-ministro. "Uma hora a população se dará conta do enorme engodo em que se meteu", afirmou.
Aragão disse ter "estranhado muito" as críticas do novo ministro da Defesa, Raul Jungmann, à organização das Olimpíadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo Jungmann, o governo petista foi "muito desatento" com o grande evento. O ex-ministro da Justiça, no entanto, aponta que o plano de segurança para os jogos olímpicos foi elogiado pelo Comitê Olímpico brasileiro e por autoridades alemãs e americanas e destaca que a segurança do evento não é organizada pelo Ministério da Defesa. "Ele abriu a boca sem saber", disse Aragão.
Em 2011, uma Secretaria para Grandes Eventos, subordinada ao Ministério da Justiça, foi criada para coordenar a segurança de eventos como as Olimpíadas. "Os militares só entram subsidiariamente para suprir deficiências. Não tem função de protagonistas", disse Aragão. Para o ex-ministro, as declarações de Jungmann confirmam uma "necessidade de desqualificar os atos do governo da presidente Dilma, de fazer oposição por oposição sem tomar conhecimento dos fatos".
Tido como um dos conselheiros da equipe jurídica de Dilma na defesa do impeachment, Aragão é subprocurador-geral da República e apesar da breve permanência no governo foi um dos ferrenhos defensores da gestão da petista nos últimos meses.
Brasília - O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão criticou, em conversa com a reportagem, a composição dos ministérios do governo do presidente em exercício, Michel Temer , e disse que há uma tentativa de desqualificar a gestão da presidente Dilma Rousseff "sem conhecimento de causa".
Segundo ele, que fez críticas ao novo ministro da defesa, Raul Jungmann, os ministérios foram distribuídos para atender anseios políticos e os responsáveis pelas pastas tentam "desmontar pelo prazer de desmontar".
"Esse é um ministério montado para atender reclamos de participação política dos atores do golpe. As pessoas votaram (pelo impeachment) com objetivo de ganhar espaço. Então se fez um verdadeiro mosaico de espaço, querendo desmontar tudo às pressas. Todo mundo começa a falar de qualquer jeito sem ter conhecimento de causa", afirmou Aragão.
Nesta semana, ministros de Temer protagonizaram ao menos dois imbróglios. Na segunda-feira, Temer desautorizou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e garantiu que vai manter a tradição de indicar para o comando do Ministério Público Federal o procurador mais votado pela categoria.
Nesta terça-feira, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, precisou garantir, após uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que não pretende redimensionar o Sistema Único de Saúde (SUS).
Para Aragão, os recuos demonstrados indicam uma "completa irresponsabilidade na montagem dos ministérios". "Pessoas que não sabem do que estão lidando e querendo desmontar pelo prazer de desmontar", disse o ex-ministro. "Uma hora a população se dará conta do enorme engodo em que se meteu", afirmou.
Aragão disse ter "estranhado muito" as críticas do novo ministro da Defesa, Raul Jungmann, à organização das Olimpíadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo Jungmann, o governo petista foi "muito desatento" com o grande evento. O ex-ministro da Justiça, no entanto, aponta que o plano de segurança para os jogos olímpicos foi elogiado pelo Comitê Olímpico brasileiro e por autoridades alemãs e americanas e destaca que a segurança do evento não é organizada pelo Ministério da Defesa. "Ele abriu a boca sem saber", disse Aragão.
Em 2011, uma Secretaria para Grandes Eventos, subordinada ao Ministério da Justiça, foi criada para coordenar a segurança de eventos como as Olimpíadas. "Os militares só entram subsidiariamente para suprir deficiências. Não tem função de protagonistas", disse Aragão. Para o ex-ministro, as declarações de Jungmann confirmam uma "necessidade de desqualificar os atos do governo da presidente Dilma, de fazer oposição por oposição sem tomar conhecimento dos fatos".
Tido como um dos conselheiros da equipe jurídica de Dilma na defesa do impeachment, Aragão é subprocurador-geral da República e apesar da breve permanência no governo foi um dos ferrenhos defensores da gestão da petista nos últimos meses.