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PF diz que grampeou cela de Youssef na Lava Jato

O analista da PF afirmou que delegados da Lava Jato pediram que ele instalasse a escuta com urgência em uma cela da Custódia da PF em Curitiba

Grampo: o analista da PF afirmou que delegados da Lava Jato pediram que ele instalasse a escuta com urgência em uma cela da Custódia da PF em Curitiba (Divulgação/Polícia Federal)
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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 14h41.

São Paulo - O analista do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal Dalmey Fernando Werlang afirmou à Justiça Federal no Paraná que os delegados da Operação Lava Jato solicitaram a ele que instalasse "com urgência" equipamento de escuta ambiental em uma cela da Custódia da PF em Curitiba.

Ele apontou os delegados Igor Romário de Paula - delegado regional de combate ao crime organizado -, Márcio Adriano Anselmo e Rosalvo Ferreira Franco, este superintendente regional da corporação no Estado, como autores do pedido.

Werlang depôs na quarta-feira, 16, como testemunha arrolada pela defesa de um dos executivos ligados à empreiteira Odebrecht, presos desde 19 de junho na fase Erga Omnes da Lava Jato .

Segundo ele, o pedido dos superiores foi feito horas antes da prisão do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

Em agosto, o Ministério Público Federal denunciou criminalmente o analista da PF por calúnia contra seus superiores.

A Lava Jato suspeita que Werlang tenha se engajado na estratégia de contrainteligência montada por investigados para colocar em xeque a investigação.

"Eu não sabia do que se tratava", declarou o analista. Werlang afirmou que "efetivamente" montou o aparelho de escuta ambiental "com auxílio de uma colega do Núcleo de Inteligência, Maria Inês, e com apoio de duas pessoas da Custódia.

Alvará judicial

O analista disse que comentou com o delegado Igor que não tinha condições de fazer a análise do conteúdo do grampo.

"Ele (Igor) disse que precisava só da coleta e que era para passarmos o material em mídia para o delegado Márcio (Anselmo). A gente estava entendendo que seria uma demanda judicial."

Depois de algum tempo, segundo o analista, o delegado Igor lhe teria dito que era para "apagar tudo o que existe". "Eu perguntei (ao delegado), você não tinha alvará judicial para essa demanda? Ele respondeu: 'Pior que não, a situação foi essa.'"

O criminalista Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef, perguntou ao analista se a escuta foi direcionada a seu cliente. "Posteriormente, eu fiquei sabendo que sim.

O conteúdo era entregue para o delegado Márcio e, na ausência dele, para a delegada Érika." Werlang acrescentou que "não foi ouvido" na sindicância aberta pela Corregedoria da PF.

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Ele apontou os delegados Igor Romário de Paula - delegado regional de combate ao crime organizado -, Márcio Adriano Anselmo e Rosalvo Ferreira Franco, este superintendente regional da corporação no Estado, como autores do pedido.

Werlang depôs na quarta-feira, 16, como testemunha arrolada pela defesa de um dos executivos ligados à empreiteira Odebrecht, presos desde 19 de junho na fase Erga Omnes da Lava Jato .

Segundo ele, o pedido dos superiores foi feito horas antes da prisão do doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

Em agosto, o Ministério Público Federal denunciou criminalmente o analista da PF por calúnia contra seus superiores.

A Lava Jato suspeita que Werlang tenha se engajado na estratégia de contrainteligência montada por investigados para colocar em xeque a investigação.

"Eu não sabia do que se tratava", declarou o analista. Werlang afirmou que "efetivamente" montou o aparelho de escuta ambiental "com auxílio de uma colega do Núcleo de Inteligência, Maria Inês, e com apoio de duas pessoas da Custódia.

Alvará judicial

O analista disse que comentou com o delegado Igor que não tinha condições de fazer a análise do conteúdo do grampo.

"Ele (Igor) disse que precisava só da coleta e que era para passarmos o material em mídia para o delegado Márcio (Anselmo). A gente estava entendendo que seria uma demanda judicial."

Depois de algum tempo, segundo o analista, o delegado Igor lhe teria dito que era para "apagar tudo o que existe". "Eu perguntei (ao delegado), você não tinha alvará judicial para essa demanda? Ele respondeu: 'Pior que não, a situação foi essa.'"

O criminalista Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef, perguntou ao analista se a escuta foi direcionada a seu cliente. "Posteriormente, eu fiquei sabendo que sim.

O conteúdo era entregue para o delegado Márcio e, na ausência dele, para a delegada Érika." Werlang acrescentou que "não foi ouvido" na sindicância aberta pela Corregedoria da PF.

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