9 momentos em que os estudantes fizeram história no Brasil
O movimento estudantil é forte no país há décadas e já conquistou vários avanços para a educação
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 20h48.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h24.
Um dos primeiros movimentos que contaram com participação dos estudantes brasileiros aconteceu em plena 2ª Guerra Mundial. Em luta contra o nazi-fascismo, os estudantes pressionaram o então presidente Getúlio Vargas, pedindo posicionamento contra os regimes autoritários. As manifestações acabaram impulsionando o governo a declarar apoio aos Aliados na Grande Guerra.
Após a Guerra, a União Nacional dos Estudantes (UNE) passou a se posicionar em relação aos principais assuntos nacionais. Foi protagonista na campanha "O Petróleo é Nosso", que queria garantir que empresas estrangeiras não tivessem permissão para explorar o recurso brasileiro. A luta culminou na criação da Petrobras.
Em 1961, após a renúncia do presidente Jânio Quadros, era natural que assumisse seu vice, João Goulart. Entretanto, a pressão política ameaçava a posse de Jango, o que gerou forte mobilização estudantil. No período, a UNE chegou a transferir temporariamente sua sede para Porto Alegre, onde tiveram participação importante na Campanha da Legalidade. Quando foi empossado, Jango se tornou o primeiro presidente a visitar a sede da UNE.
A participação dos estudantes também foi marcante durante as Diretas Já, em 1984. Após sofrerem severas represálias durante a ditadura militar, o movimento voltou às ruas, lutando pela democracia com manifestações nos principais comícios populares.
Talvez o movimento mais emblemático dos estudantes brasileiros tenha sido a campanha "Fora Collor", que conseguiu derrubar o presidente da República. Os jovens de caras pintadas foram protagonistas em mobilizações por todo o país.
A partir dos anos 2000, o movimento estudantil avançou em suas reivindicações para a educação. Conseguiram, em 2003, o fim do Provão, exame que era aplicado aos estudantes do ensino superior. Em 2004, após caravanas realizadas por todo o país, conseguiram a criação do ProUni, programa do governo federal que garante bolsas em universidades particulares para estudantes de baixa renda.
Em 2010, os estudantes conseguiram a aprovação da PEC da Juventude no Congresso Nacional, abrindo espaço para a proposição de políticas voltadas exclusivamente para jovens.
Em 2014, o movimento estudantil conquistou a aprovação do Plano Nacional de Educação, que garante 10% do PIB para o setor. Também conseguiram que 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal fossem destinados para a educação.
Em dezembro de 2015, estudantes de São Paulo conseguiram suspender a reorganização escolar proposta pelo governador Geraldo Alckmin. A medida, que visa à divisão dos estudantes por faixa etária, prevê o fechamento de mais 90 escolas no estado. Os alunos, em protesto, ocuparam as escolas e organizaram manifestações nas ruas. Além de conseguirem fazer o governo suspender a medida para 2016, derrubaram o secretário de educação Herman Voorwald.
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