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Como um relógio fez um homem de 22 anos descobrir problema cardíaco sério

Durante a pandemia de covid-19, o setor dos chamados smartwatches cresceu 27% de um ano para o outro, no segundo trimestre de 2021

Watch 4: aparelho tem sistema operacional Wear OS, do Google (Samsung/Divulgação)

Watch 4: aparelho tem sistema operacional Wear OS, do Google (Samsung/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 9 de outubro de 2021 às 09h00.

Última atualização em 13 de outubro de 2021 às 11h15.

Em uma sexta-feira, Leonardo Marciano, que trabalha com tecnologia, foi tirar um cochilo depois do trabalho porque estava sentindo uma dor de cabeça. Depois, ao se levantar, percebeu que não estava bem. Ao caminhar para o banheiro para tomar um banho, ainda com a dor de cabeça, sentiu o coração acelerado e alguns batimentos fora de compasso. Antes mesmo de pedir ajuda a qualquer outra pessoa, o impulso foi de utilizar seu relógio inteligente para medir seus batimentos cardíacos, pressão arterial e fazer um eletrocardiograma.

Com indicadores de saúde completamente fora do normal, com 160 batimentos por minuto em estado de repouso, Marciano pediu ajuda da sogra para ir do banheiro onde estava direto para o hospital mais próximo.

“Eu estava com sinais de infarto quando cheguei ao hospital. O médico e os enfermeiros ficaram me observando para ver se eu iria infartar naquela hora mesmo. Quando fizeram os exames e notaram os indicadores elevados, o foco inicial foi normalizar o meu estado e analisar o quadro. Foi tudo assustador e nem chego a me lembrar de tudo com clareza. Mas me lembro de que mostrar todos os resultados do eletrocardiogramas feitos pelo relógio para o médico e ele levou os dados em consideração. Os resultados foram muito próximos aos que ele obteve no hospital”, afirmou Marciano, em entrevista para a EXAME.

Ao realizar o eletrocardiograma com o Galaxy Watch 4, da Samsung, o usuário viu um alerta de fibrilação atrial, que o orientava a ir a um médico, caso estivesse se sentindo mal. Se não tratada, a condição cardíaca conheciada como arritmia pode ter consequências graves de saúde.

Marciano conta que, fora o estresse do dia a dia no trabalho, leva um estilo de vida saudável e estava se exercitando regularmente há dois meses e se alimentando bem. Empresário, ele tem diferentes negócios no Rio Grande do Sul, como um banco digital chamado Sudobank e uma empresa de software chamada Nimbus, além de ser líder técnico em uma companhia de educação chamada Edulabzz. Ele contou o caso nas redes sociais.

Recentemente, diagnosticado com covid-19, ele também identificou a doença por meio de um relógio inteligente, o Galaxy Watch 3,que indicou uma queda no seu nível de oxigenação abaixo de 90%. Além da infecção pelo novo coronavírus, Marciano conta que pode estar entre o pequeno grupo de pessoas que desenvolveram miocardite após receber uma vacina contra o novo coronavírus, apesar de ele não saber se há ou não relação entre a arritmia e o esse outro quadro de saúde.

Eletrocardiograma no relógio

A função de eletrocardiograma está disponível nos relógios da Samsung desde o seu lançamento no Watch 3, e também foi oferecido ao antecessor Active 2. Para funcionar, o recurso foi desenvolvido na Coreia do Sul pela Samsung e precisou da autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A função também está disponível em relógios inteligentes de concorrentes, como o Apple Watch, mas os recursos de medição de pressão arterial e a mensuração de percentual de gordura corporal são exclusivos da sul-coreana até o momento.

Em entrevista para a EXAME, Renato Citrini, gerente sênior de produtos da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, conta que o relógio mede os indicadores de saúde cardíaca por meio de uma combinação entre hardware e software, uma vez que sensores captam os sinais vitais no pulso do usuário e os dados são analisados e exibidos em um aplicativo no smartphone.

“Cada vez mais pessoas estão interessadas no monitoramento da saúde, especialmente em atividades físicas de todos os tipos. Isso dá parâmetros ao exercício. Além da saúde cardíaca, o relógio também pode medir a qualidade do sono, a apneia e a oxigenação sanguínea. O aparelho chega até mesmo a gravar o ronco do usuário, se detectar que há pausas na respiração”, conta Citrini.

Salto nas vendas

Segundo a consultoria chinesa Counterpoint Research, uma das mais respeitadas do ramo de tecnologia, o mercado global de relógios inteligentes cresceu 27% no segundo trimestre de 2021, na comparação anual. A empresa aponta a preocupação com a saúde durante a pandemia do novo coronavírus como um dos principais fatores para o aumento nas vendas dessa categoria de produtos.

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