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Micro com tela plana já virou padrão

Os monitores de computador com tela fina de cristal líquido conquistaram o consumidor

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 14h32.

Com seu design arrojado, os monitores de tela fina baseados na tecnologia de cristal líquido -- também conhecida pela sigla LCD -- estão conquistando espaço rapidamente nas mesas dos usuários de computador. Em países como Japão e Estados Unidos, eles já são mais vendidos que os monitores de tubo convencionais -- calcula-se que representem 60% das vendas.

A tendência é que essa participação continue crescendo, o que tem estimulado os fabricantes a apostar cada vez mais na tecnologia. A japonesa Sony há mais de um ano parou de fabricar monitores convencionais.

Apesar de estar longe dos números do mercado internacional, o Brasil também tem visto as vendas de monitores de cristal líquido crescer em ritmo acelerado. O International Data Corporation (IDC) prevê um aumento de 133% em 2004. Com isso, o total de telas LCD vendidas no país poderá chegar a 170 000 -- em 2003, foram 73 000.

"Os preços começaram a despencar no início de 2004, e isso tem estimulado sua adoção, inclusive pelo consumidor doméstico", diz Denis Gaia, analista de mercado do IDC Brasil. Um modelo de 15 polegadas custava há um ano 1 800 reais. Hoje já pode ser comprado por 1 000. Apesar da queda, a fatia do LCD no mercado total de telas ainda é pequena -- cerca de 5% em 2004.

O motivo é a diferença de preço em relação aos monitores de tubo. Dependendo do modelo e do tamanho da tela, o LCD pode custar até o triplo. "Esse é o principal entrave ao crescimento do mercado no Brasil", diz Gaia.

Os fabricantes confiam, porém, na economia de escala e na tendência de expansão das vendas. "O preço do LCD vem caindo ano após ano, por causa do aumento da demanda", diz Caio Catto, gerente de produto e marketing da Philips do Brasil. "Isso vai tornar o produto mais acessível."

Os consumidores também têm reconhecido na tecnologia LCD vantagens em relação aos tubos de raios catódicos dos monitores convencionais. As telas são mais bonitas, mais leves, mais fáceis de ajustar e ocupam pouco espaço na mesa de trabalho. Além disso, consomem 70% menos energia elétrica que os monitores de tubo.


E, para completar, não emitem a nociva radiação catódica. Esse, aliás, é o motivo que tem levado muitas empresas a preferir os monitores LCD, apesar do preço mais alto. "Os bancos são grandes compradores desse produto, não só para resolver problemas de espaço mas também para evitar pos síveis ações trabalhistas por danos causados pela radiação", afirma Moisés Aleixo Nunes, sócio da Waytec, empresa que fabrica monitores LCD em Ilhéus, na Bahia, e há quatro anos desistiu das telas convencionais.

Mas por que o monitor de cristal líquido ainda custa tão caro? "Na essência, ele se parece com um chip, com milhões de transistores", diz Thomas Heimann, diretor da Samsung no Brasil. Para cada ponto da tela, são três transistores (um para cada cor básica) aplicados sobre um fino sanduíche de vidro, cristal e camadas de filme -- daí o nome, em inglês, thin film transistor (TFT), sinônimo de tela de cristal líquido.

A fábrica da Samsung já produz comercialmente painéis de até 40 polegadas, geralmente usados em aplicações especiais, como salas de monitoramento e controle de aeroportos e refinarias. O processo de produção desses painéis é complexo, exige salas limpas e um ambiente altamente automatizado, exatamente como as fábricas de chips.

Uma única linha de produção pode custar 2 bilhões de dólares. Isso limita a produção e encarece o produto.

No Brasil, todos os painéis usados na fabricação dos monitores são importados. A montagem local dos monitores com esses painéis se concentra nos modelos mais vendidos, de 15 polegadas (padrão atual do mercado) e de 17 polegadas. Telas maiores, de 19 a 40 polegadas, também estão disponíveis, mas vêm do exterior. "À medida que aumentam as vendas de determinados modelos, trazemos a produção para o país", diz Catto, da Philips.

Essa é também a estratégia da maioria dos fabricantes. A chinesa AOC, de Pequim, produz em Manaus os monitores LCD de 15 e de 17 polegadas e pretende ampliar o número de modelos fabricados no país em 2005. Já a Sony seguiu caminho diferente. Há três meses deixou de vender no Brasil o modelo de 15 polegadas.

Por ser todos importados, seus monitores LCD levam desvantagem no preço em relação aos concorrentes com fábrica no país. "Preferimos oferecer telas maiores, de 17 e de 19 polegadas, para mercados mais exigentes", diz Alberto Fiasqui, executivo de contas da Sony no Brasil. Independentemente do local onde elas são produzidas, porém, é indiscutível que as telas finas se espalharão ainda mais nos próximos anos .
 

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