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CEO da Oracle Brasil fala sobre método para empresa crescer 3 dígitos

Em participação no CEO talks, Alexandre Maioral contou sobre a evolução da empresa e destacou “Hoje, dados são o maior tesouro de uma empresa”

Oracle: empresa tem mais de 130 mil funcionários, com 2,5 mil no Brasil e mais de 4,5 mil na América Latina (Justin Sullivan/Getty Images)

Oracle: empresa tem mais de 130 mil funcionários, com 2,5 mil no Brasil e mais de 4,5 mil na América Latina (Justin Sullivan/Getty Images)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 19 de julho de 2022 às 12h12.

Crescer, geralmente, é o principal desafio de qualquer negócio, seja uma pequena, média ou grande empresa. Mas encontrar a fórmula para isso não é simples. Em entrevista à EXAME, o CEO da Oracle Brasil, Alexandre Maioral, contou o método adotado pela empresa global para crescer 3 dígitos. E o foco não é em faturamento.

"Para mim, isso é consequência de crescer 3 dígitos em outros pilares como o de diversidade e inclusão, de cuidar melhor dos nossos clientes e das nossas pessoas, e de crescer três dígitos na educação também. Se alcançamos esses números, nós alcançamos o crescimento de três dígitos em tamanho de empresa, funcionários, faturamento. E nós tivemos essa experiência", afirma Maioral. 

Uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, a Oracle tem em seus negócios desde produção de hardwares, até serviços de nuvem, blockchain e soluções de mercado. Nasceu em 1977 em uma garagem no Vale do Silício com o objetivo de construir o banco de dados mais seguro do mundo. A empresa entrou em uma espécie de concurso aberto pelo Pentágono e ganhou. 

Até hoje, um dos sócios fundadores, Larry Ellison, participa ativamente das decisões da empresa que começou como o banco de dados mais seguros do mundo, mas passou a desenvolver várias soluções. Hoje, a Oracle tem 130 mil funcionários no mundo, 2,5 mil no Brasil e quase 4,5 mil na América Latina. 

No CEO talks (programa de entrevistas com grandes CEOs), Maioral ainda falou sobre o desafio de manter funcionários de tecnologia na empresa, por ser um mercado muito movimentado e com ótimas oportunidades. Além disso, o papo também se estendeu sobre os desafios da liderança. “Em uma empresa, os funcionários são pessoas, os clientes são pessoas e os investidores são pessoas. Se você não sabe lidar com pessoas, então você não sabe tocar um negócio”.

Confira o episódio completo e veja o que o CEO acredita ser o ponto chave da liderança atual: 

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Com sonho de se formar médico, Alexandre Maioral sempre gostou de tecnologia e, como primeiro emprego, fazia a manutenção de placas eletrônicas, depois passou para o suporte e manutenção. Também se arriscou no empreendedorismo com uma agência de eventos e um bar em Curitiba. Esse período, conta, o fez aprender a lidar com a diversidade de pessoas. Depois disso, voltou ao mundo corporativo passando pela IBM até chegar à presidência da Oracle Brasil. Lá, sentiu que estava no lugar que convergia com seus valores, princípios e com a cultura de transformação. 

Para Maioral, o mundo hoje é baseado em dados. "O dado hoje é o maior tesouro que qualquer empresa tem e, por isso, aumentaram os ataques cibernéticos no Brasil e no mundo". O CEO da Oracle Brasil explica que, no Brasil, a cibersegurança é uma questão cultural. “Apenas 15% da população nacional possui seguro de vida, enquanto nos Estados Unidos esse número chega aos 75%. Ou seja, segurança não é algo tão prioritário na cultura latina”, afirma. 

Mas, com todo mundo entendendo a importância dos dados para tomar decisões de negócios, eles viraram um tesouro muito trabalhado por empresas. “Para nós que nascemos com a segurança e os dados no nosso DNA, foi o cenário perfeito e implementamos esses dois focos em todas as nossas soluções. O Brasil mudou o mindset, o que era a última preocupação de muitos CIOs e diretores de TI virou prioridade por causa dos ataques, e porque as empresas perceberam que não cuidar dos dados e ser vítima de um ataque pode acabar com um negócio. ”, explica Maioral. 

Ele ainda destaca que a pandemia acelerou a tecnologia principalmente pela percepção de que um negócio poderia parar, deixar de existir de uma hora para outra. "Pensa em um varejista que tinha apenas uma loja física, se eles não conseguissem abrir um canal digital para vender, fechariam as portas, como muitos fecharam. Projetos que esperávamos que fossem feitos em 2, 3 ou 5 anos, foram feitos em meses, por questão de sobrevivência”, diz. 

O executivo também falou sobre uma das tendências de tecnologia para as próximas décadas. “O metaverso já é realidade, já existe. Não vai ser o principal negócio das companhias, mas vai ser o canal que as companhias preferencialmente vão procurar ter porque é um caminho para alcançar um nicho específico das novas gerações”, explica Maioral. "Tecnologia tem a ver com cultura também. No mercado tem uma fila enorme no caixa, e do lado o autoatendimento não tem ninguém. É uma construção cultural. Então o metaverso vai ser mais um canal de vendas, de contato, de comunicação, de cultura”, finaliza. 

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