Mundo

UE registra quase um milhão de pedidos de asilo em 2022, recorde em sete anos

O relatório da Agência da UE para o Asilo (AUEA) afirma que o conjunto de países recebeu 960.000 pedidos de asilo

União Europeia: Barracas de refugiados em Bruxelas (Bélgica), em fevereiro de 2023 (AFP/AFP Photo)

União Europeia: Barracas de refugiados em Bruxelas (Bélgica), em fevereiro de 2023 (AFP/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 22 de fevereiro de 2023 às 11h27.

Os países da União Europeia (UE), Suíça e Noruega registraram em 2022 quase um milhão de demandas de asilo, um aumento de mais 50% em comparação com o ano anterior e um volume recorde desde 2016, de acordo com dados oficiais divulgados nesta quarta-feira, 22.

O relatório da Agência da UE para o Asilo (AUEA) afirma que o conjunto de países recebeu 960.000 pedidos de asilo, um volume que não era registrado desde 2016 (1,2 milhão), momento em que aconteceu uma migração em larga escala a partir da Síria.

A agência afirma que o aumento expressivo de 2022 pode ser explicado "parcialmente" pela suspensão das restrições relacionadas com a pandemia de covid-19.

Também pode ser atribuído a situações de conflito e de insegurança alimentar em diversas regiões do mundo.

Sírios e afegãos constituem as duas nacionalidades com o maior número de demandas: as duas são responsáveis por quase 25% do total de pedidos.

No caso dos sírios foram apresentados 131.697 demandas de asilo, um aumento de 24% na comparação com 2021. Afegãos foram responsáveis por 128.949 pedidos, uma alta de 29% em relação ao ano anterior.

Em seguida aparecem, na ordem, cidadãos da Turquia (55.437 pedidos), Venezuela (50.833), Colômbia (43.279) e Paquistão (37.292).

Os números de AUEA indicam que cidadãos da Ucrânia apresentaram no ano passado 28.318 pedidos de asilo, embora a agência europeia de estatísticas Eurostat calcule que desde o início da guerra no país quase quatro milhões de ucranianos entraram na UE.

Estes ucranianos são beneficiados por um regime de proteção temporária e não precisam iniciar um processo formal de pedido de asilo.

Aumento generalizado

Com a pandemia de covid-19, o bloco de países adotou restrições severas de viagens que atuaram com um bloqueio natural às demandas de asilo.

As restrições foram retiradas durante 2022, com o avanço do programa de vacinação contra o coronavírus nos países europeus.

Assim, apontou a agência, dos 10 principais países de origem dos pedidos de asilo, nove registraram aumento em 2022 na comparação com 2021. O Iraque é o único caso de redução do número de pedidos.

No total, destaca a AUEA, o bloco registrou em 2022 a chegada de 43.000 menores de idade não acompanhados por adultos, o que também representa o maior volume desde 2015.

Entre os países da América Latina também foram registrados pedidos do Peru (12.828), El Salvador (3.881), Cuba (3.347), Honduras (3.319), Haiti (2.988), Brasil (1.596), Equador (772) e República Dominicana (591).

O enorme volume de demandas de asilo sobrecarrega a capacidade da estrutura burocrática para examinar cada caso.

Em relação à Síria, por exemplo, o sistema registra 88.383 casos pendentes, embora o nível de aprovação de pedidos alcance 94%.

Para os venezuelanos, o sistema geral registra 38.538 casos pendentes, com uma taxa de aprovação de apenas 3%. Para os colombianos, o nível de aceitação dos pedidos de asilo alcança 6%.

Acompanhe tudo sobre:BélgicaRefugiadosUnião Europeia

Mais de Mundo

Morte de presidente do Irã não deve gerar revolução, mas disputa silenciosa, diz especialista

EUA: Yellen pedirá a aliados europeus para atuar de modo conjunto nas sanções contra a Rússia

Julgamento de Trump entra em fase final, em meio a suspense sobre seu testemunho

Tensão entre Milei e Sánchez, primeiro-ministro da Espanha, se desdobra em crise diplomática

Mais na Exame