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Canadá estima que China é uma potência mundial 'cada vez mais disruptiva'

"A China busca moldar o cenário global para ser mais permissivo a interesses e valores que estão cada vez mais se afastando dos nossos", argumentou a ministra canadense das Relações Exteriores, Melanie Joly

A chanceler do Canadá, Melanie Joly, com o secretário de Estado americano, Antony Blinken (AFP/AFP Photo)

A chanceler do Canadá, Melanie Joly, com o secretário de Estado americano, Antony Blinken (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 9 de novembro de 2022 às 18h32.

A chefe da diplomacia canadense declarou nesta quarta-feira, 9, que a China é uma potência mundial "cada vez mais disruptiva" antes de uma turnê pela Ásia para as próximas cúpulas da ASEAN, G20 e APEC.

"A China busca moldar o cenário global para ser mais permissivo a interesses e valores que estão cada vez mais se afastando dos nossos", argumentou a ministra canadense das Relações Exteriores, Melanie Joly.

"E a ascensão da China como ator global está mudando as perspectivas estratégicas para todos os Estados da região, incluindo o Canadá", acrescentou.

Apresentando um resumo da nova política de Ottawa, a ser divulgada nas próximas semanas, Joly disse que a expansão das relações com a Índia e outros países da região, assim como Taiwan, será fundamental.

Joly não desencorajou, porém, o aumento do comércio com a China — hoje o segundo maior parceiro comercial do Canadá — apesar das relações diplomáticas tensas.

Mas alertou as empresas canadenses de que "devem manter os olhos abertos" ao fazer negócios na e com a China.

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O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, denunciou esta semana os "jogos agressivos" que a China está jogando com a democracia e as instituições canadenses.

As relações entre os dois países pioraram com a prisão de uma executiva da Huawei no Canadá em 2018 e a prisão de dois canadenses por Pequim em aparente retaliação. Os três foram libertados no ano passado.

Joly prometeu que Ottawa continuará a denunciar o tratamento da China aos uigures e outras minorias, sua repressão à liberdade de expressão em Hong Kong, ameaças militares contra Taiwan e quaisquer medidas para restringir os direitos internacionais de navegação na região.

Também destacou a crescente presença militar do Canadá no Pacífico e anunciou que aumentará o pessoal em suas embaixadas para analisar os impactos das políticas e ações da China.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), formada por uma dezena de países da região, reúne-se de sexta-feira a domingo no Camboja.

A cúpula do G20, que inclui Brasil, Canadá e México, será realizada de 15 a 16 de novembro na Indonésia.

E a cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que também reúne México, Peru e Chile, acontecerá de 16 a 19 de novembro na Tailândia.

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