Invest

Wall Street sofre com temor de aperto monetário sem precedentes; entenda

Índice de tecnologia Nasdaq recua quase 9% no ano com aumento da preocupação dos investidores

Aperto monetário visa combater a maior inflação registrada em décadas nos EUA | Foto: MD Birdy/Getty Images (MD Birdy/Getty Images)

Aperto monetário visa combater a maior inflação registrada em décadas nos EUA | Foto: MD Birdy/Getty Images (MD Birdy/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 06h00.

Uma rápida sequência de aumentos de juros e redução no balanço patrimonial do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) ameaça desestabilizar ainda mais os mercados de ações e títulos.

A junção desses dois aspectos do aperto monetário em rápida sucessão teria efeitos desconhecidos nos mercados e na economia. Os investidores estão demonstrando essa preocupação, principalmente nas ações de tecnologia, tanto é que o índice Nasdaq caiu 8,9% no acumulado de 2021.

“A escala do que o Federal Reserve (Fed) está contemplando agora é completamente sem precedentes”, disse Janice Eberly, que já trabalhou no Departamento do Tesouro e agora atua na Northwestern University. “É prudente avaliar a reação do mercado, principalmente antes de movimentar o balanço patrimonial de maneira concertada com as mudanças nas taxas de juros”.

O presidente do Fed, Jerome Powell, e seus colegas esperam que o aperto nas condições financeiras esfrie um pouco a economia e, consequentemente, a maior inflação em décadas. Esse processo seria facilitado pelo recuo nas cotações dos ativos após as bolsas e os preços dos imóveis residenciais baterem recordes no ano passado — desde que não provoque abalos que prejudiquem a economia.

Essa tarefa é complicada porque o Fed reduziu a carteira de títulos somente uma vez no passado, em 2017-2019, então os especialistas carecem de referências para calcular o impacto de um aperto quantitativo mais amplo e mais rápido desta vez.

O comandante do escritório regional do Fed em Nova York, John Williams, espera que os juros de longo prazo “subam um pouco” à medida que o banco central reduz o balanço patrimonial. Mas ele admitiu que o impacto desse aperto quantitativo era “bastante incerto” Na sexta-feira, ele disse ao Conselho de Relações Exteriores: “Precisamos ser humildes.”

Até o meio do ano, esperamos que o comitê de política monetária reconheça que precisará fazer mais para ter maior chance de atingir a meta de inflação de 2%. Assim, o comitê deve subir os juros cinco vezes este ano. No momento, acreditamos que a redução do balaço patrimonial começará no terceiro trimestre de 2022, mas há enorme incerteza em torno desse timing, diz Anna Wong, economista-chefe para os EUA da Bloomberg Economics.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve Systemwall-street

Mais de Invest

Veja o resultado da Mega-Sena, concurso 2736; prêmio acumulado é de R$ 40 milhões

Musk recebe sinal verde de acionistas da Tesla para remuneração bilionária

50 empresas que geraram mais valor aos acionistas; apenas uma é do Brasil

Vale prevê que vendas de minério e aglomerados ao Oriente Médio podem chegar a 67 milhões de t

Mais na Exame