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Goldman vê commodities nas alturas em 2023 devido à escassez

Para o Goldman Sachs, as commodities serão novamente a classe de ativos com melhor desempenho em 2023

Goldman: previu um superciclo de vários anos das commodities no fim de 2020 (Divulgação/Divulgação)

Goldman: previu um superciclo de vários anos das commodities no fim de 2020 (Divulgação/Divulgação)

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Bloomberg

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 10h18.

As commodities serão novamente a classe de ativos com melhor desempenho em 2023, proporcionando aos investidores retornos acima de 40%, de acordo com o Goldman Sachs.

O banco de Wall Street destaca que, embora o primeiro trimestre possa ser “acidentado” devido à fraqueza econômica nos EUA e na China, a escassez de matérias-primas, como petróleo, gás natural e metais, deve impulsionar os preços depois disso.

O Goldman previu um superciclo de vários anos das commodities no fim de 2020. E manteve a projeção mesmo quando os preços da energia caíram nos últimos meses devido às restrições contra o coronavírus na China e à desaceleração econômica global que achatou a demanda.

“Apesar de os preços de muitas commodities terem quase dobrado na taxa anual até maio de 2022, o investimento em todo o complexo de commodities foi decepcionante”, escreveram analistas do Goldman, entre eles Jeff Currie e Samantha Dart, em nota de 14 de dezembro. “Esta é a revelação mais importante de 2022 – mesmo os preços extraordinariamente altos vistos no início deste ano não podem criar fluxos de capital suficientes e, portanto, oferecer resposta para resolver a escassez de longo prazo.”

O banco espera que o índice S&P GSCI Total Return – um dos principais indicadores das oscilações de preços das commodities – mostra alta de 43% em 2023. Essa valorização viria na esteira do ganho de 24% no acumulado deste ano. Os índices acionários dos EUA, por outro lado, acumulam queda de cerca de 16% no período, enquanto os preços dos títulos também estão em baixa.

O Goldman está longe de ser o único entre analistas e investidores com uma visão otimista em relação às commodities. Muitos dizem que a falta de exploração de novos campos de petróleo e de investimentos em minas encolheu os estoques e apertou a oferta nos mercados. Os 15 maiores hedge funds focados em commodities elevaram seus ativos em 50% neste ano, para US$ 20,7 bilhões, de acordo com dados preliminares da Bridge Alternative Investments.

“Sem ‘capex’ suficiente para criar capacidade de oferta excedente, as commodities permanecerão em um estado de escassez de longo prazo, com preços mais altos e voláteis”, disseram os analistas do Goldman.

O banco vê o petróleo tipo Brent em US$ 105 o barril no último trimestre de 2023 em relação aos US$ 82 atuais. O Goldman também projeta um salto do cobre para US$ 10.050 a tonelada frente a cerca de US$ 8.400. Já o gás natural liquefeito de referência asiático deve subir US$ 33 por milhão de unidades térmicas britânicas, para US$ 53,10, calcula.

Ainda assim, alguns analistas de bancos rivais se mostram céticos, dizendo que as economias estão muito frágeis para que as commodities consigam subir muito.

“A maré pode estar mudando”, disseram neste mês analistas do Citigroup liderados por Ed Morse. “A possibilidade de uma recessão global representa uma ameaça para uma classe de ativos que passou por um renascimento nos últimos dois anos.”

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