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Para Ray Dalio, bitcoin é ouro digital; Guggenheim prevê queda a US$ 8 mil

Gigantes de Wall Street demonstram sentimentos contrários em relação ao bitcoin; enquanto Ray Dalio mostra interesse, Scott Minerd usa tom pessimista e prevê novas quedas

Bitcoin e outras criptomoedas têm sido temas recorrentes entre gigantes de Wall Street (Leonid Sukala/Getty Images)

Bitcoin e outras criptomoedas têm sido temas recorrentes entre gigantes de Wall Street (Leonid Sukala/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 24 de maio de 2022 às 16h27.

Última atualização em 24 de maio de 2022 às 16h46.

Dois gigantes de Wall Street demonstraram sentimentos contrários em relação ao bitcoin no começo desta semana. Enquanto o lendário investidor Ray Dalio voltou a se referir ao bitcoin como "o ouro digital", o CIO da multibilionária gestora Guggenheim Partners afirmou que a criptomoeda pode cair mais 72% em breve.

Ray Dalio, que além de construir fortuna em Wall Street também ficou famoso como um autor best-seller, falou sobre o mercado cripto em entrevista à CNBC nesta terça-feira, 24. Além de dizer que "criptomoedas e [a tecnologia] blockchain são ótimas", afirmou que o bitcoin pode se tornar uma importante reserva de valor.

"Acho que um ouro digital, que seria uma coisa do tipo bitcoin, é algo que, provavelmente no interesse da diversificação e de encontrar uma alternativa ao ouro, tem um pequeno ponto em relação ao ouro e depois em relação a outros ativos", disse.

Dalio também filosofou sobre o passado (e o futuro) do dinheiro: "Acho que estamos em um ambiente em que vamos perguntar 'qual é o novo dinheiro?'", disse, "significando moedas fiduciárias, e quando olhamos para moedas, você mantém moedas na forma de uma dívida”.

Ele também voltou a citar o seu famoso bordão cash is trash ("dinheiro é lixo"), argumento que todas as moedas fiduciárias irão eventualmente perder valor: “Quando eu digo que 'dinheiro é lixo', o que quero dizer é que todas as moedas em relação ao euro e ao iene, todas essas moedas — como na década de 1930 — serão moedas que cairão em relação a bens e serviços”.

A celebridade das finanças ainda registrou que o bitcoin conseguiu "uma tremenda conquista nos últimos 11 anos" e afirmou, mais uma vez, que tem uma pequena porcentagem do seu portfólio em bitcoin. Apesar disso, também se posicionou contra os "fanáticos" da criptomoeda: “O povo do bitcoin fica muito preocupado com isso, e os fãs do ouro ficam muito preocupados com isso, mas acho que você tem de olhar para um conjunto mais amplo de ativos”.

(Mynt/Divulgação)

Guggenheim mostra pessimismo

A visão de Ray Dalio sobre o bitcoin não encontra eco em todas as instituições ou pessoas de Wall Street. Scott Minerd, CIO da gestora que controla mais de US$ 325 bilhões, afirmou que a criptomoeda pode despencar até US$ 8 mil, o que significaria uma queda de mais de 72% em relação ao preço atual, de US$ 29,33 mil.

"Quando você cai abaixo de US$ 30 mil consistentemente, US$ 8 mil é o suporte definitivo, então acho que ainda existe muito espaço para queda, especialmente com o Fed agindo de forma restritiva", afirmou na segunda-feira, 23, também à CNBC.

Minerd também aproveitou a oportunidade para dizer que a grande maioria das criptomoedas é "porcaria" e que bitcoin e ether serão os "sobreviventes" mas, ressaltou, esses não são dois ativos dominantes: "Ainda não temos o protótipo certo para cripto".

O mercado cripto tem sofrido ao longo de 2022. O bitcoin, por exemplo, acumula quase 39% de perdas no ano, sendo 26,5% nos últimos 30 dias. O contexto de guerra, alta dos juros, fuga de capital no mercado de riscos e correlação com o mercado de ações americano pressionam os preços dos ativos digitais para baixo desde o início do ano.

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