Economia

FMI pede cooperação global e valorização do iuan

Bruxelas - As principais economias globais precisam reforçar sua cooperação para superar os desequilíbrios, melhorar a regulamentação financeira e acelerar a recuperação econômica, disse na quarta-feira o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Khan.   Em discurso no Parlamento Europeu, ele declarou que a valorização do iuan ajudaria a corrigir desequilíbrios econômicos globais, mas […]

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2010 às 09h28.

Bruxelas - As principais economias globais precisam reforçar sua cooperação para superar os desequilíbrios, melhorar a regulamentação financeira e acelerar a recuperação econômica, disse na quarta-feira o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Khan.

Em discurso no Parlamento Europeu, ele declarou que a valorização do iuan ajudaria a corrigir desequilíbrios econômicos globais, mas poderia ocorrer naturalmente se o mercado interno chinês se fortalecer.

"Trabalhando juntos podemos lançar as bases para um crescimento mais forte e mais sustentável," afirmou Strauss-Khan.

Para ele, a recuperação depois da pior crise global desde a Segunda Guerra Mundial superou as expectativas, mas muitos países ficaram para trás -- inclusive alguns dos 16 que adotam o euro como moeda.

"A recuperação tem várias velocidades (...). As economias mais avançadas ainda dependem do apoio público e a demanda privada ainda é fraquíssima," afirmou, acrescentando que para muitos países é cedo para abandonar os programas de estímulos fiscais.

Mas Mario Draghi, membro do Banco Central Europeu, disse no mesmo evento que é hora de começar a desmontar gradualmente as políticas que estimulam a liquidez, acrescentando que os problemas de crédito foram superados na maioria dos bancos.

"Criamos na Europa e no mundo todo uma quantidade sem precedentes para a liquidez no último ano e meio, e corretamente," afirmou ele. "Mas agora que os problemas de financiamento parecem ter acabado para a maioria dos bancos é hora de começar a sair."

Reequilíbrio

Strauss-Kahn disse que países com déficits, como os Estados Unidos, devem tornar seu crescimento mais dependente das exportações, enquanto países hoje com superávits em conta corrente, como China e Alemanha, deveriam tentar reduzir tal dependência, apostando mais no mercado interno.

"Temos países com enormes déficits -- os EUA, por exemplo, mas também vários países europeus -- que precisam poupar mais, tendo menos consumo doméstico para depender mais das exportações."

"E temos países com grandes superávits em conta corrente, como é o caso da China, mas também da Alemanha, onde tem de ser o contrário: a demanda doméstica tem de crescer, com mais consumo e investimento."

Aumentar a demanda interna ajudaria o iuan chinês a se valorizar.

"Algumas moedas estão obviamente desvalorizadas, especialmente o renminbi (outro nome do iuan)," disse Strauss-Kahn. "O processo de reequilíbrio (...) do crescimento puxado domesticamente na China irá junto com a valorização do renminbi."

Ele também incentivou a União Europeia a chegar rapidamente a um acordo sobre a regulamentação financeira. Na terça-feira, os ministros de Finanças do bloco debateram a regulamentação dos fundos de hedge devido a problemas internos.

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