Economia

Dez municípios detinham mais de 25% do PIB em 2020; SP respondia por quase 10%

Os maiores geradores de riqueza naquele ano foram: São Paulo (com uma fatia de 9,8% do PIB brasileiro), Rio de Janeiro (4,4%) e Brasília (3,5%)

São Paulo: a concentração urbana da capital correspondeu a 16,2% do PIB, queda de 0,7% (Leandro Fonseca/Exame)

São Paulo: a concentração urbana da capital correspondeu a 16,2% do PIB, queda de 0,7% (Leandro Fonseca/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de dezembro de 2022 às 14h05.

Última atualização em 16 de dezembro de 2022 às 14h22.

A riqueza permanecia concentrada no País no primeiro ano da pandemia de covid-19. Em 2020, dez municípios detinham cerca de um quarto (25,2%) da economia brasileira, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os maiores geradores de riqueza naquele ano foram: São Paulo (com uma fatia de 9,8% do PIB brasileiro), Rio de Janeiro (4,4%) Brasília (3,5%), Belo Horizonte (1,3%), Manaus (1,2%), Curitiba (1,2%), Osasco/SP (1,0%), Porto Alegre (1,0%), Guarulhos/SP (0 9%) e Campinas/SP (0,9%).

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Quando somados os 25 municípios brasileiros mais ricos em 2020, chegava-se a 34,2% do PIB nacional.

"Mais de um terço da economia brasileira está concentrada em apenas 25 municípios", ressaltou Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do IBGE.

Os 82 municípios mais ricos detinham metade (49,9%) do PIB nacional, mas concentravam apenas 35,8% da população brasileira. Os 100 municípios mais ricos somavam 52,9% do PIB do Brasil em 2020.

Por outro lado, os 1.275 municípios mais pobres responderam por apenas 1,0% do PIB nacional, mas 2,9% da população do País.

Nesse grupo de menores participações no PIB, os municípios pertencentes ao Piauí (148) e Paraíba (135) representavam mais de 60% do total de municipalidades de seus respectivos estados.

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O IBGE ressalta que houve redução relativa da importância econômica dos grandes centros urbanos no PIB de 2020. Em 2019, aproximadamente um quarto da produção econômica estava localizada somente em São Paulo e Rio de Janeiro, mas, em 2020, essas duas concentrações urbanas somaram 23,7% do PIB nacional.

A concentração urbana de São Paulo correspondeu a 16,2% do PIB, queda de 0,7 ponto percentual, e a do Rio de Janeiro, 7,4%, recuo de 0,5 ponto percentual.

"Ademais, é possível verificar que todas as dez maiores concentrações urbanas brasileiras tiveram redução em suas participações relativas na economia nacional. Em 2020, essas concentrações urbanas somaram 40,5% do PIB, uma redução de 2,3 pontos percentuais ante o peso de 2019", frisou o IBGE.

Segundo Luiz Antonio de Sá, do IBGE, as capitais registraram em 2020 a menor participação no PIB desde o início da série histórica.

"Foi a menor participação das capitais em 19 anos de série", observou Sá. "As capitais sentiram mais o peso do impacto econômico da pandemia do que as não capitais em geral."

Em 2002, as capitais respondiam por 36,1% do PIB, ante uma fatia de 63,9% das não capitais. Em 2019, no pré-pandemia, essa participação das capitais tinha se reduzido a 31,5%, enquanto a das não capitais subiu a 68,5%. Em 2020, a fatia das capitais caiu a 29,7%, enquanto a das não capitais aumentou a 70,3%.

"Entre as 30 maiores perdas de participação, 12 são capitais e a gente atribui à queda dos serviços", explicou Sá.

Os municípios que mais ganharam participação no PIB foram Parauapebas/PA e Canaã dos Carajás/PA, por causa do avanço na extração de minério de ferro. Manaus teve ganho de participação devido ao desempenho das indústrias de transformação da Zona Franca, e Saquarema/RJ registrou ganho atrelado à extração de petróleo e gás. Outros municípios ligados à agropecuária também ganharam fatia no PIB em 2020.

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