“Brasil e Tumblr formam o par perfeito”, diz fundador da rede

São Paulo – Fundado em 2007 pelo americano David Karp, hoje 25 anos, o Tumblr tem motivos de sobra para tratar com carinho o público brasileiro. Isso porque o grupo é responsável por gerar 49 milhões de visitas por mês para o site, o equivalente a 12 % do total em todo o mundo. O número rendeu ao país o título de segundo maior da rede social, atrás dos Estados Unidos e à frente do Reino Unido.

O fato abriu os olhos da equipe para o país e fez com que procurassem formas de estreitar os laços com o Brasil. O processo começou com o desenvolvimento de uma versão do site em português e a chegada de Gina Gotthilf, nomeada diretora de internacionalização, para representar a rede em território nacional.

Em entrevista à EXAME.com, David Karp falou do sucesso do Tumblr no país, as expectativas da equipe e também sobre os próximos passos da rede social no Brasil. Confira:

EXAME.com - Porque você acha que o Tumblr se tornou um grande sucesso no país?

Karp – Essa pergunta é basicamente o motivo pelo qual viemos até o Brasil, para entender porque fizemos tanto sucesso por aqui. O Tumblr é desenhado em torno de uma visão de criadores, se expressando de maneira crua, e não através de um olhar editorial. É como se tudo fosse visto através dos olhos de quem cria. E parte disso é, por exemplo, a mistura de mídias. Não apenas vídeo, não apenas textos e não apenas fotos.

O Tumblr sempre foi um produto que valorizou a diversidade de mídias e expressões. E isso, pra mim, parece ser a descrição exata do Brasil: uma cultura eclética e que combina com a comunidade criativa que temos no Tumblr. Então, acho que isso faz os brasileiros e o Tumblr formarem um par perfeito.

EXAME.com - Quando criou o Tumblr em 2007, você imaginou que seria esse grande sucesso?

Karp – Não, realmente não. E mais uma vez, devo tudo isso à comunidade criativa. O Tumblr seria nada sem os criativos que o tornaram a rede mais interessante do mundo. Ter uma identidade da qual se orgulha, poder escolher a roupa que irá usar, a decoração do apartamento ou as músicas que você escuta, tudo isso é muito humano.

Mas até agora, o que a maioria das pessoas tem? Tem seu perfil no Facebook, que não pode ser customizado. Então, tenho uma página do Facebook, mas eu dificilmente diria que é de fato sobre mim.

Já no Tumblr eu tenho um blog no qual eu realmente sou eu. É o meu domínio, o meu design, é tudo o que eu mostro para o mundo, o que gosto, o que odeio ou o que fiz. Um dos nossos slogans antigos era “tudo o que você encontrar, ama, odeia, ou cria”, é o meu mundo. É mais que isso, na verdade é realmente sobre eu mesmo.

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EXAME.com - E quais os próximos passos da rede social no país?

Karp – Já estamos operando em português e também já escrevemos editoriais locais, que falam sobre coisas interessantes que estão acontecendo pelo Brasil. Entre os próximos passos está nos aproximarmos de empresas de tecnologia e mídia. Depois existe a possibilidade de integrarmos o Tumblr com produtos e ferramentas locais.

Qual a expectativa de crescimento do Tumblr no Brasil daqui pra frente?

Karp – Pra ser sincero, não existe muita expectativa (risos). Difícil dizer, pois é um mercado tão diferente. Em qualquer lugar do mundo, nosso crescimento sempre foi devagar. Enquanto que, o Brasil, do nada, simplesmente apareceu.

Você tem apps favoritos?

Karp – Sim, definitivamente. O que acho que é mais fascinante sobre apps móveis é que agora você pode fazer um vídeo, por exemplo, até melhor e mais bonito que antigamente, com controle criativo no seu próprio smartphone e em apenas 30 segundos.

Eu amo o Photoshop, passo horas editando fotos nele. O Cinemagram é outro exemplo. Ainda precisa de uns acertos, mas é tão divertido. Ele permite a criação de não apenas uma foto ou um vídeo, mas uma mescla dos dois. Gosto de apps que me deixam criar.

EXAME.com - E o que você diria para os jovens brasileiros que querem criar coisas novas?

Karp – Encontre um mentor, da maneira que for possível. Às vezes pode ser um pouco difícil de identificá-lo. Mas tenho que dizer que minha vida sempre foi guiada pelo suporte de mentores experientes, que estavam ali para me ensinar coisas novas, me guiar na direção correta e me orientar para que eu não fizesse uma burrada.