PME

Startup ajuda microempreendedor a lidar com um de seus maiores problemas

Com 1 milhão de usuários, MEI Fácil vai expandir oferta de serviços com conta digital e concessão de crédito. Para isso, deve receber novo aporte de fundos

Rodrigo Salem: MEI Fácil cresce de 15% a 20% por mês e ainda está longe do ponto de equilíbrio financeiro (Marco Torelli/Divulgação)

Rodrigo Salem: MEI Fácil cresce de 15% a 20% por mês e ainda está longe do ponto de equilíbrio financeiro (Marco Torelli/Divulgação)

NF

Natália Flach

Publicado em 22 de maio de 2019 às 19h10.

Última atualização em 11 de julho de 2019 às 17h17.

São Paulo - Seja por necessidade ou por vocação, o empreendedorismo vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Só que nem todos estão preparados para enfrentar as agruras do mercado que faz com que seis em cada dez empresas fechem as portas antes dos cinco primeiros anos de vida.

Ciente disso, o advogado Rodrigo Salem decidiu ajudar os microempreendedores. Deixou o emprego na Plásticos Novel, pegou o dinheiro da rescisão e fundou, em 2017, a MEI Fácil, uma plataforma que dá o passo a passo de como formalizar os negócios e explica a importância de cada serviço financeiro.

"Eu e meus sócios queríamos criar uma companhia que tivesse impacto social e que fosse parceiro dos microempreendedores. Para isso, precisávamos falar a língua deles", diz Salem.

A estratégia parece estar dando certo. Nesta terça-feira (22), a MEI Fácil bateu a marca de 1 milhão de downloads em seu aplicativo, dentre os quais 650 mil são de usuários ativos.

A ideia, agora, é ganhar mercado oferecendo uma gama maior de produtos na plataforma — que são responsáveis pela receita da companhia e de seus parceiros. Hoje, a startup oferece maquininhas de cartão e, nos próximos meses, vai lançar uma conta digital, que ajudará o microempreendedor a distinguir a pessoa física da pessoa jurídica. Salem não revela o banco por trás da iniciativa.

O passo seguinte será a concessão de crédito. "Para isso, criamos um algoritmo capaz de fazer análise de crédito dos pequenos negócios", diz, se referindo ao processo feito por birôs, como Serasa e Boa Vista.

O dinheiro que vai impulsionar o crescimento das microempresas virá da terceira rodada de investimentos da MEI Fácil. Os dois primeiros aportes vieram da Yellow Ventures, que tem, entre seus fundadores, o criador do iFood, Patrick Sigrist. "Agora estamos conversando com fundos brasileiros e internacionais", conta Salem.

Além de bancos, fundos e fintechs, a roda de conversas da MEI Fácil inclui bandeiras de cartão de crédito, como a Visa, com quem acaba de fechar uma parceria. Por meio do projeto “Cidades do Futuro”, que, neste ano, deve chegar a 200 municípios brasileiros, as duas empresas pretendem incentivar o uso de meios de pagamento eletrônicos em locais onde ainda predomina o uso do dinheiro em espécie.

A MEI Fácil vai ajudar os microempreendedores com educação financeira e com soluções como a maquininha de cartões. "Os meios eletrônicos dão mais segurança e permitem que os microempreendedores tenham acesso a crédito, que hoje é muito restrito. Sem falar que elevam em 30% as vendas dos estabelecimentos."

A MEI Fácil cresce de 15% a 20% por mês e ainda está longe do ponto de equilíbrio financeiro (conhecido como break even, em inglês). "Poderíamos ter alcançado esse patamar, mas preferimos manter o ritmo acelerado de crescimento." Ao que tudo indica, Salem se tornou empreendedor por vocação.

Acompanhe tudo sobre:Dicas de Negócios Digitais de PMEEmpreendedorismoFundos de investimento

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar

Mais na Exame