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Ex-lojistas do Mercado Livre criam startup vendida por R$ 36 milhões

A ferramenta de gestão de vendas que vai do pequeno ao grande lojista foi comprada pelo próprio Mercado Livre e hoje é uma das maiores do Brasil

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Frederico Flores e Fernando Montera: a BeCommerce já possui três mil clientes (BeCommerce/Divulgação)

Frederico Flores e Fernando Montera: a BeCommerce já possui três mil clientes (BeCommerce/Divulgação)

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Matheus Oliveira

Publicado em 29 de abril de 2019, 06h00.

Última atualização em 29 de abril de 2019, 09h14.

Os marketplaces são a bola da vez no varejo online brasileiro ─ e, para os empreendedores Fernando Montera e Frederico Flores, o aumento dessas plataformas que medeiam produtos e serviços foi a oportunidade de criar um negócio milionário.

Segundo um levantamento da Precifica, empresa especializada no monitoramento de vendas em ambiente virtual, somente em 2018 o número de e-commerces no país deu um salto de 90%, passando de 7.448 lojistas em 2017 para 14.204 no ano seguinte. Atuando nessa frente, os dois ex-vendedores do Mercado Livre, uma das maiores plataformas do setor, investiram cerca de 50 mil reais na criação de um software de gestão de vendas pela internet. Três anos mais tarde, a startup foi comprada pela própria gigante de compra e venda de produtos por 36,5 milhões de reais.

A trajetória de empreendedorismo de Fernando Montera e Frederico Flores começou bem antes da fundação da Becommerce, hoje uma das maiores plataformas de gestão de marketplace do Brasil, com mais de três mil usuários. Ainda na adolescência, os amigos que se conheceram em um jogo de futebol uniram forças para abrir o próprio e-commerce no Mercado Livre.

Na época, as vendas de artigos eletrônicos importados da China ─ que ainda eram novidade no país ─ chegaram a render lucros mensais na casa dos 300 mil reais. Com o passar do tempo, a dupla começou a sofrer com a concorrência e a demanda pelos produtos caiu.

Os empreendedores mudaram os rumos do negócio e passou a investiram naquilo que já estavam acostumados a fazer: gerir espaços de vendas virtuais. Mas, desta vez, o e-commerce de terceiros. “Nós percebemos que era muito mais negócio, em vez ficar disputando uma guerra de preço com outros vendedores, prestar consultoria para eles”, explica Flores.

Antecessora do modelo de negócio hoje aplicado pela Becommerce, a consultoria, na época prestada somente aos lojistas do Mercado Livre, realizava todo o gerenciamento da venda no ambiente virtual.

“A gente operacionalizava todo o e-commerce do cliente, desde a criação de anúncio e da descrição dos produtos até o atendimento ao consumidor. A única coisa que o cliente tinha que fazer era cuidar dos envios e administrar o estoque”, explica Flores sobre o início do negócio, que ainda não contava com uma plataforma de gestão automatizada.

Juntando a experiência na operacionalização dos espaços de e-commerce com a crescente demanda dos novos clientes, os fundadores decidiram inserir tecnologia no negócio e criaram um software que permite a gestão de diversas lojas em ambiente virtual. A decisão deu escala à BeCommerce. O investimento inicial para a criação da plataforma foi de 50 mil reais.

A empresa foi comprada pelo Mercado Livre há pouco mais de um ano, em uma transação de 36,5 milhões de reais. Hoje, os dois fundadores da Becommerce continuam no comando da startup, mas agora atrelados à gigante de compra e venda de produtos. Hoje, a empresa tem uma carteira de cerca de três mil clientes que contratam planos mensais. O tíquete médio gira em torno dos 400 reais. Do grande ao pequeno vendedor, a empresa gere marketplaces como Amazon, Submarino, Lojas Americanas e o próprio Mercado Livre.

Para Montera, o outro sócio-fundador da Becommerce, o diferencial do modelo de negócio da empresa é que ela “é a única que conta com fundadores que já foram vendedores” e experimentaram na pele as dificuldades de um e-commerce. Com isso, é possível “desenhar soluções com um foco muito específico que outras marcas acabam não percebendo”, completa Flores.

Objetivo sonhado por muitos CEOs de startups, a aquisição ou parceria do negócio com grandes marcas, como o Mercado Livre, é cada vez mais frequente no Brasil. De acordo com um levantamento feito pela 100 Open Startups, entre junho de 2016 e 2017, o número de contratos deste tipo firmados cresceu 194%, o que indica que até mesmo as grandes corporações têm buscado soluções inovadores para renovar o modelo de negócio.

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