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A ThredUP cresce com troca de mercadorias

Os sócios da americana ThredUP criaram uma rede social que ajuda pais a trocar entre si roupas infantis e brinquedos usados

James Reinhard, da ThredUp (Thomas Gaffney/divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 08h00.

Todo ano, os americanos jogam 9,2 bilhões de quilos de roupas na lata de lixo, 80% delas em ótimo estado de conservação, segundo o Instituto de Lixo Sólido dos Estados Unidos.

Os administradores James Reinhard, de 32 anos, Oliver Rubin, de 32, e Chris Homer, de 27, eram estudantes em Harvard quando toparam com esses números. Acabara de estourar a crise econômica de 2008 e os três acreditaram que poderiam transformar esse gigantesco desperdício num empreendimento.

Reinhard, Rubin e Homer escreveram o plano de negócios de um site de trocas de roupas usadas para uma competição na universidade. Depois de ficar entre os semifinalistas na disputa, decidiram tirar a empresa do papel. “Percebemos que era o momento certo para investir em um site especializado em intercâmbio de mercadorias”, diz Reinhard.

Criada no início de 2009, auge da crise financeira, a ThredUP possui atualmente cerca de 110 000 membros e faturou aproximadamente 3 milhões de dólares em 2010.

No início, a ThredUP trabalhava com todo tipo de vestuário. Não houve grande demanda. Foi apenas há um ano, quando os sócios resolveram atender aos insistentes pedidos de amigas com filhos para se dedicarem a artigos infantis, que eles identificaram realmente seu mercado.

O site passou a receber 1 000 novos inscritos por semana, a maioria consumidores de classe média preo­cupados em economizar e, ao mesmo tempo, diminuir o impacto ambiental de suas ações.


“As crianças crescem rápido e precisam de roupa nova com frequência, mas os pais agora não estão mais dispostos a gastar muito”, afirma Reinhard, que antes de abrir a ThredUP ajudou a criar uma ONG voltada para a educação de crianças carentes.

O cliente da ThredUP escolhe no site uma caixa com 15 itens seminovos entre roupas e brinquedos infantis. As informações disponíveis são marca, tamanho e situações em que as peças foram usadas — por exemplo, no parque ou em uma festa. Mas não aparecem fotos: a surpresa faz parte da filosofia dessa rede de permutas.

Para evitar que os membros encham as caixas com produtos com defeito, a ThredUP criou um sistema em que os próprios usuários avaliam o estado dos itens e se encarregam de excluir das trocas quem recebe más recomendações.

Para receber a caixa, é preciso pagar 5 dólares mais a postagem, que custa 10,95 dólares — cada transação rende 1 dólar de lucro para o site. Depois, o cliente deve oferecer 15 ar­tigos a outro membro da rede. Quando aparece alguém interessado no pacote, a empresa envia a caixa para que as peças sejam embaladas e o correio passa para buscá-la.

Consumidores mais reticentes a vestir os filhos com roupas de desconhecidos podem formar uma rede dentro da ThredUP para comprar só de amigos e parentes. “Com tantas facilidades, a propaganda boca a boca foi imediata e é o que nos faz crescer”, afirma Reinhard, que teve sua primeira filha, Evelyn, há sete meses.


Ele garante que sua bebê só usa roupas trocadas na ThredUP. “Economizamos mais de 100 dólares por mês. Minha mulher é nossa fã número 1”, diz. Segundo ele, comprar tudo novo custaria pelo menos o dobro do valor pago pelas famílias que recorrem ao site. “Os pais gastam, em média, 1 000 dólares por ano para vestir seus filhos, dinheiro que pode ser facilmente economizado com o troca-troca”, afirma.

Com os custos da educação superior cada vez mais altos nos Estados Unidos — entre 1982 e 2007 houve aumento de 432% nas mensalidades das universidades, de acordo com o Centro Nacional de Educação Pública e Superior —, muitos pais com filhos pequenos estão revendo o orçamento para fazer uma reserva para essa despesa futura.

Cada americano compra, em média, 4,5 quilos de vestidos, calças, camisas e outras peças infantis de segunda mão anualmente — e esse comércio representa boa parte do 1 bilhão de dólares anuais que movimenta o mercado de roupas usadas nos Estados Unidos.

Nesse contexto, a ThredUp vem crescendo a um ritmo de 40% ao mês e deve fechar o ano com 1,5 milhão de membros. Até hoje, já foram trocadas 25 000 caixas de produtos infantis usados. O plano dos empreendedores agora é atuar em mercados correlatos. Eles já estão projetando uma nova plataforma para estimular a troca de livros infantis.

Os resultados positivos conseguidos até agora e as boas perspectivas chamaram a atenção de investidores americanos — os fundos Trinity Ventures, Founder Collective e NextView Ventures colocaram 1,7 milhão de dólares no negócio em meados do ano passado. Mais uma prova de que a forma mais primitiva de comércio transformou-se, pelo menos neste caso, em um bem-sucedido negócio de vanguarda, econômico e ambientalmente correto.

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Todo ano, os americanos jogam 9,2 bilhões de quilos de roupas na lata de lixo, 80% delas em ótimo estado de conservação, segundo o Instituto de Lixo Sólido dos Estados Unidos.

Os administradores James Reinhard, de 32 anos, Oliver Rubin, de 32, e Chris Homer, de 27, eram estudantes em Harvard quando toparam com esses números. Acabara de estourar a crise econômica de 2008 e os três acreditaram que poderiam transformar esse gigantesco desperdício num empreendimento.

Reinhard, Rubin e Homer escreveram o plano de negócios de um site de trocas de roupas usadas para uma competição na universidade. Depois de ficar entre os semifinalistas na disputa, decidiram tirar a empresa do papel. “Percebemos que era o momento certo para investir em um site especializado em intercâmbio de mercadorias”, diz Reinhard.

Criada no início de 2009, auge da crise financeira, a ThredUP possui atualmente cerca de 110 000 membros e faturou aproximadamente 3 milhões de dólares em 2010.

No início, a ThredUP trabalhava com todo tipo de vestuário. Não houve grande demanda. Foi apenas há um ano, quando os sócios resolveram atender aos insistentes pedidos de amigas com filhos para se dedicarem a artigos infantis, que eles identificaram realmente seu mercado.

O site passou a receber 1 000 novos inscritos por semana, a maioria consumidores de classe média preo­cupados em economizar e, ao mesmo tempo, diminuir o impacto ambiental de suas ações.


“As crianças crescem rápido e precisam de roupa nova com frequência, mas os pais agora não estão mais dispostos a gastar muito”, afirma Reinhard, que antes de abrir a ThredUP ajudou a criar uma ONG voltada para a educação de crianças carentes.

O cliente da ThredUP escolhe no site uma caixa com 15 itens seminovos entre roupas e brinquedos infantis. As informações disponíveis são marca, tamanho e situações em que as peças foram usadas — por exemplo, no parque ou em uma festa. Mas não aparecem fotos: a surpresa faz parte da filosofia dessa rede de permutas.

Para evitar que os membros encham as caixas com produtos com defeito, a ThredUP criou um sistema em que os próprios usuários avaliam o estado dos itens e se encarregam de excluir das trocas quem recebe más recomendações.

Para receber a caixa, é preciso pagar 5 dólares mais a postagem, que custa 10,95 dólares — cada transação rende 1 dólar de lucro para o site. Depois, o cliente deve oferecer 15 ar­tigos a outro membro da rede. Quando aparece alguém interessado no pacote, a empresa envia a caixa para que as peças sejam embaladas e o correio passa para buscá-la.

Consumidores mais reticentes a vestir os filhos com roupas de desconhecidos podem formar uma rede dentro da ThredUP para comprar só de amigos e parentes. “Com tantas facilidades, a propaganda boca a boca foi imediata e é o que nos faz crescer”, afirma Reinhard, que teve sua primeira filha, Evelyn, há sete meses.


Ele garante que sua bebê só usa roupas trocadas na ThredUP. “Economizamos mais de 100 dólares por mês. Minha mulher é nossa fã número 1”, diz. Segundo ele, comprar tudo novo custaria pelo menos o dobro do valor pago pelas famílias que recorrem ao site. “Os pais gastam, em média, 1 000 dólares por ano para vestir seus filhos, dinheiro que pode ser facilmente economizado com o troca-troca”, afirma.

Com os custos da educação superior cada vez mais altos nos Estados Unidos — entre 1982 e 2007 houve aumento de 432% nas mensalidades das universidades, de acordo com o Centro Nacional de Educação Pública e Superior —, muitos pais com filhos pequenos estão revendo o orçamento para fazer uma reserva para essa despesa futura.

Cada americano compra, em média, 4,5 quilos de vestidos, calças, camisas e outras peças infantis de segunda mão anualmente — e esse comércio representa boa parte do 1 bilhão de dólares anuais que movimenta o mercado de roupas usadas nos Estados Unidos.

Nesse contexto, a ThredUp vem crescendo a um ritmo de 40% ao mês e deve fechar o ano com 1,5 milhão de membros. Até hoje, já foram trocadas 25 000 caixas de produtos infantis usados. O plano dos empreendedores agora é atuar em mercados correlatos. Eles já estão projetando uma nova plataforma para estimular a troca de livros infantis.

Os resultados positivos conseguidos até agora e as boas perspectivas chamaram a atenção de investidores americanos — os fundos Trinity Ventures, Founder Collective e NextView Ventures colocaram 1,7 milhão de dólares no negócio em meados do ano passado. Mais uma prova de que a forma mais primitiva de comércio transformou-se, pelo menos neste caso, em um bem-sucedido negócio de vanguarda, econômico e ambientalmente correto.

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