Educação empreendedora avança nas escolas brasileiras
Com o Pronatec Empreendedor, Brasil se junta a países europeus que incluem o ensino do empreendedorismo nos colégios
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2013 às 11h14.
Brasília - A partir do próximo semestre, estudantes de 15 cursos da rede pública de ensino técnico passam a ter a disciplina de empreendedorismo em seus currículos. A iniciativa é resultado de acordo de cooperação entre o Sebrae e o Ministério da Educação (MEC) que cria no país o Pronatec Empreendedor. Com isso, o Brasil avança junto com 50% dos países europeus que estão incluindo a educação para o empreendedorismo em suas escolas.
Os dados são de um relatório da Agência Executiva de Educação, Audiovisual e Cultura da União Europeia acerca do cenário da educação empreendedora nas escolas de 31 países europeus. Em 50% dos países pesquisados, o empreendedorismo integra as disciplinas obrigatórias do Ensino Médio, assim como as relacionadas às ciências econômicas e sociais. Em países como a Lituânia e a Romênia, o empreendedorismo é disciplina específica no currículo.
No Pronatec Empreendedor, o estudo da disciplina empreendedorismo também será obrigatório e comporá o currículo dos cursos, junto com as demais disciplinas. Terá até 52 horas de duração, divididas em três módulos. A matéria chegará a 15 cursos, entre eles cabeleireiro; cuidador de idoso; promotor de vendas; montador e reparador de computadores; e técnico em informática.
Ainda segundo o relatório, em Liechtenstein e na Noruega, além da Lituânia e da Romênia, as capacidades práticas do empreendedorismo são especificamente referidas, bem como no Pronatec Empreendedor. Entre as principais competências a serem desenvolvidas pelos alunos durante o curso estão: Compreender o mercado de trabalho e o mundo do trabalho para o desenvolvimento do seu projeto de vida; Identificar os tipos de empreendedorismo e suas características; Reconhecer a importância do desenvolvimento de atitudes empreendedoras para o seu projeto de vida; e Desenvolver um plano de vida e carreira.
No Brasil, o Pronatec Empreendedor deve englobar cerca de 1,5 milhão de estudantes de todo o país. O acordo com o MEC prevê também a capacitação pelo Sebrae de sete mil professores até 2014, além da disponibilização de especialização e/ou mestrado em educação empreendedora.
“Empreendedorismo na educação significa valorizar os processos educacionais que estimulam o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões, de forma que ele possa contribuir com ideias para o mundo dos negócios e para o ambiente em que está inserido”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “O comportamento empreendedor é útil para quem vai ter o próprio negócio ou para quem vai trabalhar em uma empresa. O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e globalizado e exige trabalhadores bem qualificados, mas que tenham um diferencial”, completa.
Capacitação
Em 12 desses países que constam no relatório da agência europeia são apoiadas iniciativas relacionadas com a educação para o empreendedorismo, como o fomento da cooperação entre escolas e empresas e a criação de pequenos negócios por estudantes. O Sebrae possui vários cursos de empreendedorismo no ensino formal, que vão desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior e já capacitou cerca de dois milhões de pessoas em educação empreendedora.
Marcelo Nonohay, de 34 anos, traçou uma bem-sucedida carreira no mundo dos negócios. Ele estudou empreendedorismo aos 16 anos, quando cursava o segundo ano do Ensino Médio. Ele fez parte da primeira turma do programa Miniempresa, que estimula os estudantes a criarem o próprio negócio e aprenderem conceitos de gestão na prática. “Apesar de ser muito jovem, aprendi que ter um negócio não é brincadeira. A experiência empresarial é real, como rentabilidade, projeção de lucro e perdas. Valeu muito a pena ter tido essa vivência”, afirma.
Marcelo conta que, naquela época, tinha vontade de cursar Publicidade. Porém, depois do Miniempresa decidiu pelo curso de Administração de Empresas e, em seguida, pelo Mestrado em Marketing. Mais tarde, abriu uma empresa de consultoria que o levou até o sócio da fábrica de massas. “Meu sócio é uruguaio e descendente de italianos. Tem larga experiência com massas e queria abrir um negócio em São Paulo. Foi uma oportunidade que encontramos juntos”, informa.
Há três anos, ele tem a rede Pastifício Primo, fábrica de massas artesanais em São Paulo, com outros dois sócios. Mudou-se de Porto Alegre (RS) para a cidade mais italiana do Brasil e logo viu a marca se expandir com a abertura de duas lojas no sistema de franquias: uma em Sorocoba, interior do estado, e outra no bairro de Pompeia. As matrizes ficam em Pinheiros e em Higienópolis.
Marcelo diz que o sucesso da Pastifício se deve às massas e recheios frescos, feitas sem conservantes, aditivos e corantes, com sabor caseiro. “As massas são pintadas, manualmente, com a própria tinta dos alimentos, como a beterraba, dentre outros”, informa. São oferecidos mais de cem tipos de recheios, massas e antepastos e, por mês, são vendidas cerca de 20 toneladas de produtos. Há a possibilidade ainda de comprar o artigo congelado, mas sem perder o tempero da marca.
As lojas envidraçadas dão aos clientes a oportunidade de acompanhar as etapas de produção. Eles atendem tanto pessoas físicas como mais de 60 clientes jurídicos – hotéis, catering de voos, bufês, restaurantes e banqueteiros. A rede tem ao todo 70 funcionários envolvidos na operação direta.
Desafio Sebrae
O advogado Pedro Henriques teve contato com o ensino do empreendedorismo durante o Desafio Sebrae de 2007. O jogo, que é uma simulação de como gerir uma empresa, foi decisivo para abertura de um negócio. “Aprendi muito com o desafio. Na faculdade, a gente não tem noções administrativas, nem de gestão. Sempre quis ter meu o próprio escritório. Participei três vezes do jogo e aprendi muito”, assinala. Hoje, Pedro é sócio de um escritório de advocacia em Salvador, especializado em Direito Empresarial.
Brasília - A partir do próximo semestre, estudantes de 15 cursos da rede pública de ensino técnico passam a ter a disciplina de empreendedorismo em seus currículos. A iniciativa é resultado de acordo de cooperação entre o Sebrae e o Ministério da Educação (MEC) que cria no país o Pronatec Empreendedor. Com isso, o Brasil avança junto com 50% dos países europeus que estão incluindo a educação para o empreendedorismo em suas escolas.
Os dados são de um relatório da Agência Executiva de Educação, Audiovisual e Cultura da União Europeia acerca do cenário da educação empreendedora nas escolas de 31 países europeus. Em 50% dos países pesquisados, o empreendedorismo integra as disciplinas obrigatórias do Ensino Médio, assim como as relacionadas às ciências econômicas e sociais. Em países como a Lituânia e a Romênia, o empreendedorismo é disciplina específica no currículo.
No Pronatec Empreendedor, o estudo da disciplina empreendedorismo também será obrigatório e comporá o currículo dos cursos, junto com as demais disciplinas. Terá até 52 horas de duração, divididas em três módulos. A matéria chegará a 15 cursos, entre eles cabeleireiro; cuidador de idoso; promotor de vendas; montador e reparador de computadores; e técnico em informática.
Ainda segundo o relatório, em Liechtenstein e na Noruega, além da Lituânia e da Romênia, as capacidades práticas do empreendedorismo são especificamente referidas, bem como no Pronatec Empreendedor. Entre as principais competências a serem desenvolvidas pelos alunos durante o curso estão: Compreender o mercado de trabalho e o mundo do trabalho para o desenvolvimento do seu projeto de vida; Identificar os tipos de empreendedorismo e suas características; Reconhecer a importância do desenvolvimento de atitudes empreendedoras para o seu projeto de vida; e Desenvolver um plano de vida e carreira.
No Brasil, o Pronatec Empreendedor deve englobar cerca de 1,5 milhão de estudantes de todo o país. O acordo com o MEC prevê também a capacitação pelo Sebrae de sete mil professores até 2014, além da disponibilização de especialização e/ou mestrado em educação empreendedora.
“Empreendedorismo na educação significa valorizar os processos educacionais que estimulam o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões, de forma que ele possa contribuir com ideias para o mundo dos negócios e para o ambiente em que está inserido”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “O comportamento empreendedor é útil para quem vai ter o próprio negócio ou para quem vai trabalhar em uma empresa. O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e globalizado e exige trabalhadores bem qualificados, mas que tenham um diferencial”, completa.
Capacitação
Em 12 desses países que constam no relatório da agência europeia são apoiadas iniciativas relacionadas com a educação para o empreendedorismo, como o fomento da cooperação entre escolas e empresas e a criação de pequenos negócios por estudantes. O Sebrae possui vários cursos de empreendedorismo no ensino formal, que vão desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior e já capacitou cerca de dois milhões de pessoas em educação empreendedora.
Marcelo Nonohay, de 34 anos, traçou uma bem-sucedida carreira no mundo dos negócios. Ele estudou empreendedorismo aos 16 anos, quando cursava o segundo ano do Ensino Médio. Ele fez parte da primeira turma do programa Miniempresa, que estimula os estudantes a criarem o próprio negócio e aprenderem conceitos de gestão na prática. “Apesar de ser muito jovem, aprendi que ter um negócio não é brincadeira. A experiência empresarial é real, como rentabilidade, projeção de lucro e perdas. Valeu muito a pena ter tido essa vivência”, afirma.
Marcelo conta que, naquela época, tinha vontade de cursar Publicidade. Porém, depois do Miniempresa decidiu pelo curso de Administração de Empresas e, em seguida, pelo Mestrado em Marketing. Mais tarde, abriu uma empresa de consultoria que o levou até o sócio da fábrica de massas. “Meu sócio é uruguaio e descendente de italianos. Tem larga experiência com massas e queria abrir um negócio em São Paulo. Foi uma oportunidade que encontramos juntos”, informa.
Há três anos, ele tem a rede Pastifício Primo, fábrica de massas artesanais em São Paulo, com outros dois sócios. Mudou-se de Porto Alegre (RS) para a cidade mais italiana do Brasil e logo viu a marca se expandir com a abertura de duas lojas no sistema de franquias: uma em Sorocoba, interior do estado, e outra no bairro de Pompeia. As matrizes ficam em Pinheiros e em Higienópolis.
Marcelo diz que o sucesso da Pastifício se deve às massas e recheios frescos, feitas sem conservantes, aditivos e corantes, com sabor caseiro. “As massas são pintadas, manualmente, com a própria tinta dos alimentos, como a beterraba, dentre outros”, informa. São oferecidos mais de cem tipos de recheios, massas e antepastos e, por mês, são vendidas cerca de 20 toneladas de produtos. Há a possibilidade ainda de comprar o artigo congelado, mas sem perder o tempero da marca.
As lojas envidraçadas dão aos clientes a oportunidade de acompanhar as etapas de produção. Eles atendem tanto pessoas físicas como mais de 60 clientes jurídicos – hotéis, catering de voos, bufês, restaurantes e banqueteiros. A rede tem ao todo 70 funcionários envolvidos na operação direta.
Desafio Sebrae
O advogado Pedro Henriques teve contato com o ensino do empreendedorismo durante o Desafio Sebrae de 2007. O jogo, que é uma simulação de como gerir uma empresa, foi decisivo para abertura de um negócio. “Aprendi muito com o desafio. Na faculdade, a gente não tem noções administrativas, nem de gestão. Sempre quis ter meu o próprio escritório. Participei três vezes do jogo e aprendi muito”, assinala. Hoje, Pedro é sócio de um escritório de advocacia em Salvador, especializado em Direito Empresarial.