A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) anunciou que, em Assembléia Geral Extraordinária nesta segunda-feira (1/9), foi aprovada a incorporação da Celmar S.A. - Indústria de Celulose e Papel (Celmar) e da Ferteco Mineração S.A.

Segundo a Vale, a Celmar tem 30.000 hectares de florestas renováveis de eucalipto, ativos que serão aportados na Ferro Gusa Carajás S.A. (Ferro Gusa), uma joint venture da CVRD e da Nucor Corporation, siderúrgica americana. A Ferro Gusa irá investir na construção de uma planta para produzir ferro gusa no norte do Brasil.

O eucalipto será usado pela Ferro Gusa para a produção de carvão vegetal, único redutor de minério de ferro que permite a produção de ferro gusa de forma ambientalmente sustentável. A fábrica utilizará minério de ferro feito em Carajás.

A incorporação da Ferteco não envolverá emissão de novas ações nem alteração no capital social da CVRD. Os ativos da Ferteco serão incorporados na CVRD pelo valor contábil do balanço patrimonial referente a 31 de julho de 2003, de R$ 1,307 bilhão. A Companhia assumirá incondicionalmente todos os bens, direitos e obrigações da Ferteco, de ordem legal ou convencional, nos termos da legislação vigente.

A incorporação produzirá, a partir do terceiro trimestre de 2003, efeitos nas demonstrações contábeis da CVRD Controladora. Entretanto, as demonstrações contábeis consolidadas da Companhia elaboradas de acordo com os critérios em Brazilian GAAP (princípios contábeis geralmente aceitos no Brasil) e em US GAAP (princípios contábeis geralmente aceitos nos Estados Unidos) não sofrerão efeitos, pois os resultados da Ferteco já são consolidados, uma vez que a CVRD possui, desde o segundo trimestre de 2001, 100% do capital social dessa empresa.

Com a incorporação, o nome Ferteco deixa de existir, e a Companhia assume diretamente a administração das minas de minério de ferro de Córrego do Feijão e Fábrica e da planta de pelotização de Fábrica, localizadas no Quadrilátero Ferrífero, estado de Minas Gerais.

A Ferteco foi adquirida pela CVRD em abril de 2001 pelo valor de US$ 566 milhões. A exploração de sinergias entre as duas empresas vem se materializando desde então através de redução direta de custos e da obtenção de maior flexibilidade operacional na produção de minério de ferro e logística. A incorporação da Ferteco na CVRD facilita a aceleração da exploração de tais sinergias, o que se traduz em geração de valor para os acionistas da Companhia.

Mitsui

Nesta semana, a Vale vai finalizar a compra da participação da Mitsui na Caemi, passando a deter 100% do capital votante da quarta maior mineradora do mundo e aumentando para mais de 200 milhões de toneladas de minério de ferro a sua produção anual.

Ao mesmo tempo, a Mitsui vai anunciar a entrada no capital da Valepar, controladora da Vale do Rio Doce, com a compra por 830 milhões de dólares de uma participação de cerca de 15% das ações ordinárias da Bradespar, empresa de participações do Banco Bradesco que divide o controle da Vale com a Previ, fundo de de pensão do Banco do Brasil.

A Bradespar, por sua vez, anunciou que adquiriu na sexta-feira (29/8) uma participação de 2,89% na Valepar do Banco Opportunity, por 131,6 milhões de dólares.