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Usiminas e CSN descartam reduzir preços do aço no curto prazo

ArcelorMittal já reduziu preço em 10%; corretoras apostam que rivais terão de aceitar queda

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

As siderúrgicas Usiminas e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) afirmaram que não pretendem reduzir os preços do aço plano - utilizados na fabricação de veículos e geladeiras, por exemplo - no mercado interno no curto prazo, segundo informou a corretora Ativa após ter entrado em contato com as companhias.

A estratégia das empresas em segurar os preços apesar da redução da demanda pelo produto não foi seguida pela concorrente ArcelorMittal que, de acordo com o Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço), reduziu seus preços em até 10% neste primeiro mês de 2009.

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Segundo o Inda, a ArcelorMittal foi a primeira a anunciar uma queda nos preços para o mercado interno, e os descontos deverão chegar em até 200 reais por tonelada. A previsão das corretoras Ativas e Link é que as siderúrgicas brasileiras também tenham que acompanhar esse movimento de redução nos preços até março. A indústria automotiva foi uma das mais afetadas pela crise no Brasil, o que reduziu fortemente a demanda pelo produto.

Neste cenário, a Ativa classifica as ações das companhias do setor como neutras, pois as empresas nacionais ainda devem reduzir seus preços, apesar de tentarem postergar a decisão. Por sua vez, a Link recomenda que o investidor fique fora do setor de siderurgia.

No mercado de ações, a queda nas vendas do setor está refletindo no valor das empresas cotadas na BMF&Bovespa. A corretora Planner reduziu em 32,5% a estimativa de preço justo de negociação para a ação ordinária da CSN, estimando que o valor do papel (CSNA3) possa atingir até 51 reais neste ano, contra uma previsão anterior de 75,5 reais. Apesar da queda, a corretora manteve a recomendação de compra da ação.

A redução do preço alvo foi motivada pela exposição que a siderúrgica possui no mercado externo de minério de ferro. Grandes mercados do minério brasileiro como a China reduziram suas compras nos últimos meses de 2008 e passaram a consumir os estoques com a expectativa de queda nos preços e a necessidade das empresas de fazer caixa.

Mesmo assim, a Planner afirma que o potencial de valorização do papel ordinário da CSN é de 37,5% considerando o preço de 37,08 reais da ação que foi negociado na última sexta-feira (09). A corretora Link lembra que a CSN vendeu parte da mina Namisa para um consórcio asiático por 3 bilhões de dólares e pode distribuir dividendos polpudos nos próximos meses. Como a família Steinbruch, que controla a CSN, teve perdas com derivativos em sua empresa do setor têxtil, a Vicunha, é possível que os dividendos sejam usados para quitar esses débitos.

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